Guterres pede planos claros para transição dos combustíveis fósseis após encerramento da COP30

30.ª Conferência do Clima das Nações Unidas terminou, este sábado, em Belém, no Brasil, com a aprovação do "Mutirão".

22 de novembro de 2025 às 22:47
António Guterres na COP30 Foto: Themba Hadebe/AP
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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu, este sábado, "planos claros e credíveis para a transição dos combustíveis fósseis em energia limpa", após o encerramento da conferência do clima, no Brasil.

A 30.ª Conferência do Clima das Nações Unidas terminou, este sábado, em Belém, no Brasil, com a aprovação do "Mutirão", um documento que reúne as principais conclusões do encontro.

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Para o líder da ONU, o evento evidencia "o reconhecimento da necessidade de levar adiante os resultados do Consenso dos Emirados Árabes Unidos, que inclui uma transição justa, ordenada e equitativa para longe dos combustíveis fósseis", objetivo que os ambientalistas consideram ter ficado aquém do desejado no encontro.

António Guterres divulgou um comunicado sobre os resultados da conferência do Brasil durante uma viagem à África do Sul, onde participa nas reuniões do Encontro de Cúpula do G-20, o grupo das maiores economias do mundo.

Segundo o secretário-geral, o reconhecimento de que o mundo está a caminhar para um aumento da temperatura acima de 1,5 graus Celsius deve ser levado em conta.

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No comunicado, Guterres reconhece as divisões durante as negociações e a deceção de muitas pessoas que esperavam um resultado mais ambicioso, e alerta que "a lacuna entre onde o mundo está e o que a ciência exige mantém-se perigosamente grande".

"Apesar de muitos estarem dececionados, especialmente jovens, povos indígenas e aqueles que vivem os efeitos do caos climático, é preciso manter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus, que até o final do século deve continuar a ser linha vermelha da humanidade", defendeu.

Na sua opinião, para isso, "o caminho são cortes profundos e rápidos nas emissões, com planos claros e críveis para a transição dos combustíveis fósseis para a energia limpa".

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Guterres afirma, na nota, que, embora a COP30 tenha terminado, "o trabalho segue e deve continuar pressionando o mundo por uma maior ambição e mais solidariedade", e pediu "a todos os que marcharam, negociaram, aconselharam, relataram e se mobilizaram: não desistam".

"O trabalho contra a mudança climática continua, pois nenhum país pode resolver os desafios da crise climática sozinho, e a COP30 demonstrou que o multilateralismo está vivo", avaliou.

No entanto, para António Guterres, a conferência produziu alguns avanços, nomeadamente um apelo para triplicar o financiamento da adaptação energética até 2035 como primeiro passo para reduzir a lacuna da transição.

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Além disso, também a criação do Mecanismo de Transição Justa para apoiar os países na proteção dos trabalhadores e das comunidades durante a transição para energias limpas.

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