WWF Portugal lamenta que objetivos centrais da COP30 tenham caído
Organização diz que tema da adaptação climática ficou "mais uma vez enfraquecido".
A organização ambientalista WWF Portugal lamentou, esta segunda-feira, que a conferência do clima que decorreu em Belém, Brasil, tenha deixado cair "alguns os objetivos centrais da luta contra a crise climática" e aprovado "medidas limitadas".
Após duas semanas de reuniões a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) terminou no sábado com progressos pouco significativos e sem avanços no capítulo do abandono dos combustíveis fósseis, um dos temas que marcou o encontro mundial. Foi decidido um aumento do financiamento para a adaptação e a criação de um mecanismo de transição justa, progressos considerados modestos por várias entidades, incluindo a WWF Portugal.
Esta segunda-feira, em comunicado, a coordenadora de Política e Clima da WWF Portugal, Bianca Mattos, disse que o tema da adaptação climática, "que é particularmente importante para países vulneráveis às secas, cheias, erosões costeiras e incêndios como Portugal, ficou mais uma vez enfraquecido na queda de braço dos países desenvolvidos, que mais uma vez se recusaram a aumentar o financiamento a níveis adequados".
Foram aprovados indicadores importantes para a adaptação, afirmou, acrescentando que no entanto "a meta de financiamento foi atrasada de 2030 para 2035 e segue vinculada a instrumentos difíceis de serem utilizados, como empréstimos".
A WWF lamentou que os países não tenham chegado a acordo sobre roteiros para abandonar os combustíveis fósseis ou pôr fim à desflorestação e disse que os "pequenos passos" acordados são insuficientes para garantir a "ação rápida e transformadora necessária para evitar impactos climáticos devastadores".
Citando a WWF internacional, na voz de Manuel Pulgar-Vidal, líder global de Clima e Energia, que disse que a COP30 resultou num documento fraco e enfraquecido por jogos políticos contra a ambição climática, a organização portuguesa sublinhou também a falta em Belém de "um plano credível para enfrentar a crise climática".
A inexistência de uma referência explícita aos combustíveis fósseis revela a ausência de vontade política para agir, acusou.
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