Ministra do ambiente admite ao CM pressão de Bruxelas para terminar subsídios.
“Normalmente, aqui em Belém, é muito tranquilo. Mas estes dias são uma autêntica confusão”, desabafa o taxista Aldamor, de 66 anos, no centro da cidade do estado do Pará, no Brasil. Estamos a chegar à COP30, a cimeira do clima que acontece - quase simbolicamente - aos pés da Amazónia. A cidade convive com a floresta, e em alguns locais vai-a reduzindo.
A floresta sofre com as alterações climáticas. Mas nós também. “As alterações climáticas batem-nos à porta nos grandes incêndios no verão e batem-nos à porta nas inundações, chuvas e tornados” dos últimos dias, diz ao CM Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente. O ano passado foi o mais quente de sempre, e 2025 pode chegar perto. A cimeira acontece num grande complexo onde se cruzam diferentes culturas. Muitos indígenas com os trajes habituais debatem e exigem mudança a todos. Portugal até subiu no ranking do bom aluno, mas tem um calcanhar de Aquiles.
“Temos um comportamento excelente, exceto nos transportes, onde aumentámos as emissões”, aponta Graça Carvalho. Pode até pôr em causa os objetivos portugueses. Não por falta de financiamento, mas pela existência “de litigâncias e até falta de entrega do mercado”, explica a governante. Ao contrário das regras no PRR, em que as litigâncias não param obras, os problemas jurídicos atrasam os processos.
“Deviam mudar-se algumas regras”, atira a ministra. Durante a COP30, os parceiros europeus voltam à carga. “Há um puxão de orelhas, uma grande pressão para não haver subsídios aos combustíveis fósseis”, admite. Portugal tem um desconto no ISP desde o início da guerra na Ucrânia, o qual vai ter de acabar. Mas o Governo não cede no plano.
“Vamos fazê-lo mas tendo em atenção para que não seja sentido pelos portugueses”, garante, reforçando que será feito quando o petróleo descer de preço.
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