António Filipe diz que Ventura tem de retirar cartazes "absolutamente condenáveis"
André Ventura foi condenado a "retirar, no prazo de 24 horas, todos os cartazes que colocou na via pública sobre a comunidade cigana.
O candidato presidencial António Filipe afirmou, esta segunda-feira, que a decisão do tribunal sobre os cartazes da campanha de André Ventura que visam a comunidade cigana, que considerou condenáveis, "tem de ser cumprida".
"Obviamente, aqueles cartazes são absolutamente condenáveis. É uma decisão judicial que o próprio [André Ventura] terá de cumprir. Eu registo a decisão do tribunal, é uma decisão que terá de ser cumprida", disse António Filipe, ressalvando que o combate eleitoral com o líder do Chega "não se faz no plano judicial, mas no plano político".
Segundo a sentença do Tribunal Local Cível de Lisboa, André Ventura foi condenado a "retirar, no prazo de 24 horas, todos os cartazes que colocou na via pública e nas diversas localidades do país com a menção "os ciganos têm de cumprir a lei -- André Ventura presidenciais 2026".
Em declarações à agência Lusa durante uma ação de pré-campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 18 de janeiro junto dos trabalhadores da fábrica de componentes para o setor automóvel, Hanon Systems, em Palmela, no distrito de Setúbal, António Filipe, apelou também a uma valorização de carreiras e dos salários.
"A necessidade de valorização das carreiras e o combate a um país de baixos salários é uma das mensagens-chave que tenho passado aos trabalhadores", acrescentou o candidato presidencial, que defendeu a necessidade "um aumento geral dos salários" que permita aos trabalhadores "fazerem face ao aumento do custo de vida e corrigir a enorme desigualdade de distribuição de rendimentos que existe no país".
António Filipe salientou ainda que a atual situação "já é muito desfavorável para os trabalhadores, ao contrário do que afirmou a ministra do Trabalho", e considerou que o "pacote laboral do Governo piora muito a situação".
"A mensagem que tenho transmitido é a necessidade de se reforçar a solidariedade com os trabalhadores, a compreensão pelas suas reivindicações. E um apelo para que o espírito reivindicativo que tiveram na greve geral, mantenham e transportem para as eleições presidenciais de 18 de janeiro", frisou.
Questionado sobre a polémica levantada por comentadores políticos, quanto ao facto de ser ou não funcionário do PCP, António Filipe disse respeitar os funcionários do partido, mas garantiu que não é funcionário, embora cumpra as regras estabelecidas.
"Obedeço a uma regra que está estabelecida estatutariamente. No exercício de cargos públicos não somos prejudicados nem beneficiados. Eu tenho uma profissão que é de professor; no plano parlamentar, naturalmente, tenho salário de deputado, mas, de acordo com esse princípio, recebo aquilo que é retribuição acordada, que tem a ver com a minha profissão de origem. E mantive uma relação contratual com uma das universidades em que dei aulas durante 20 anos", disse.
"De facto, não sou funcionário do partido. Não é que seja alguma desonra ser funcionário do partido. Eu tenho imenso respeito pelos meus camaradas que são funcionários do partido, mas eu, de facto, não sou", assegurou o candidato presidencial António Filipe.
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