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Discordam sobre a NATO, a guerra na Ucrânia e o papel do Estado: o debate entre Cotrim de Figueiredo e Catarina Martins

João Cotrim de Figueiredo e Catarina Martins estiveram frente a frente para um debate presidencial.

Atualizado a 04 de dezembro de 2025 às 21:50

A divulgação das escutas da "Operação Influencer" foi o tema que deu início ao debate entre João Cotrim de Figueiredo e Catarina Martins, esta quinta-feira. João Cotrim de Figueiredo mostrou-se preocupado com a falta de escrutínio no Ministério Público, que a situação denuncia, o que conduz a uma justiça lenta "que não é justiça". Catarina Martins afirma que o caso revela a "pouca credibilidade da Justiça" e que o "Procurador Geral da República deve explicações ao País". Cotrim Figueiredo concorda que o PGR deve pronunciar-se.

Quando o tema da discussão para a ser a defesa, Cotrim de Figueiredo acusou Catarina Martins de defender a saída da NATO: "por si, Portugal estaria fora da NATO". O candidato presidencial apoiado pela Iniciativa Liberal acredita que "a NATO é a nossa [de Portugal] garantia de defesa única". 

Face à acusação, Catarina Martins diz que um Presidente da República não decide sobre a pertença do País em alianças políticas. "Quem for eleito terá de jurar a Constituição e a Constituição diz ela própria que é pela dissolução dos blocos político-militares", explica a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda. Catarina Martins defende que a NATO "não foi uma segurança para a Ucrânia" e qua a depência dos EUA é uma enorme fragilidade.

Cotrim de Figueiredo contraria a oponente: "O pilar europeu da NATO tem de ter autonomia suficiente para não depender dos interesses deste ou daquele [país]". O candidato acredita que, mesmo que a Ucrânia tivesse mantido a neutralidade, não aderindo à NATO, tal não seria uma solução para a guerra na Ucrânia. "A Europa tem de ter um braço armado. Putin só percebe a linguagem da força", afirma.

Sobre o papel do Estado, João Cotrim de Figueiredo defende que "o Estado deve estar onde a sua função reguladora é absolutamente essencial", acrescentando que o Estado está em tanta coisa onde não devia estar". Para sustentar a ideia, o liberal recorre à Constituição Portuguesa, dizendo que a mesma não expressa que o Estado tem de ser o prestador. Cotrim salienta a importência dos serviços privados de saúde. 

"Em Portugal não está vedada a livre iniciativa na saúde ou na educação", respondeu Catarina Martins. A bloquista explicou que a ideia de Cotrim de que o Estado pague a iniciativas privadas sai cara ao País. "Não vamos pagar os lucros dos privados, não temos dinheiro para isso", afirmou, dizendo que é possível ter um SNS que funcione bem. Catarina Martins ainda acusou João Cotrim de Figueiredo de falar muito de ideologia, quando ela gosta "de falar da realidade".

Publicada originalmente a 04 de dezembro de 2025 às 21:16

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