Para o candidato presidencial, "ninguém pode dizer que só quer uma data ou que acha que uma data é mais importante do que a outra".
O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo considerou, esta segunda-feira, que não faz sentido criar uma competição entre o 25 de Abril e o 25 de Novembro e criticou Marques Mendes por fazer metáforas futebolísticas sobre as duas datas.
Em declarações aos jornalistas na Sociedade de Geografia de Lisboa, onde foi apresentado o livro "Gouveia e Melo: As Razões" (Porto Editora), baseado numa entrevista feita pela jornalista Valentina Marcelino, o candidato presidencial considerou que "não faz sentido" criar uma competição entre o 25 de Abril e o 25 de Novembro.
"Houve uma data que nos deu a liberdade, foi o 25 de Abril. Essa data foi crítica, porque sem ela não teria havido nada. E houve outra data que garantiu a seguir essa liberdade, foi o 25 de Novembro. As duas datas têm o seu valor", afirmou.
Para Gouveia e Melo, "ninguém pode dizer que só quer uma data ou que acha que uma data é mais importante do que a outra".
"Para mim, isso é uma discussão inútil. O 25 de Abril foi essencial. Sem ele, não teria havido nada para a frente, teria continuado a ditadura. O 25 de Novembro corrigiu um desvio que poderia ter sido perigoso na altura e que, graças a Deus, consolidou a nossa democracia", referiu.
Questionado se concorda com o candidato presidencial Luís Marques Mendes que, esta segunda-feira de manhã, considerou que o 25 de Abril seria o equivalente ao campeonato nacional de futebol e o 25 de Novembro à Taça de Portugal, Gouveia e Melo criticou que se comparem "datas tão importantes" com "taças e campeonatos de futebol".
"Acho que essa é uma comparação que não faz sentido nenhum e não entro por aí. E, mais uma vez, parece que há uma competição, nós temos de decidir qual é a data mais importante. Eu não compito. As duas datas são significativas: uma porque nos deu a liberdade e outra porque nos confirmou a liberdade", referiu, acrescentando que "as duas datas só existem uma com a outra".
O candidato presidencial defendeu que se deve "comemorar todas as datas", "sem preocupações se a data A foi mais importante do que a data B ou vice-versa".
"Isso é uma discussão que só divide os portugueses e eu quero unir os portugueses e quero unir os portugueses numa nova democracia. Nesta democracia, mas renovadas, com novas práticas políticas e uma nova forma de estar, que dê o que esta democracia ainda não entregou, principalmente nos últimos 20 anos, que é prosperidade", referiu.
Nestas declarações aos jornalistas, Gouveia e Melo reagiu ainda ao facto de o Chega ter anunciado que vai contar contra o Orçamento do Estado na votação final global que se realiza esta quinta-feira na Assembleia da República.
O candidato presidencial defendeu que a população, quando vota, "vota de forma inteligente" e, nas últimas eleições legislativas, foram criados "dois núcleos possíveis de soluções: o núcleo ao centro e o núcleo ao centro-direita".
"De um desses núcleos terá de aparecer uma solução de governação. Eu tenho esperança que o nosso sistema política encontrará a melhor solução de governação, seja ao centro ou ao centro-direita, para resolver os problemas dos portugueses", referiu.
Pouco depois, na sessão de apresentação do livro, Gouveia e Melo recusou a ideia de que se possa qualificar o 25 de Novembro como uma "data da direita", considerando que alguns dos principais protagonistas dessa data, como os membros do Grupo dos Nove ou o próprio Mário Soares, ficariam "um bocado zangados" com essa designação.
Defendendo que se deve celebrar tanto o 25 de Abril como o 25 de Novembro, Gouveia e Melo reconheceu, contudo, que, "a coragem para fazer o 25 de Abril foi necessariamente muito superior" à do 25 de Novembro.
"O 25 de Novembro foi uma correção, o 25 de Abril foi uma rutura. Se me disserem o que é que preciso para fazer uma rutura e o que é que preciso para fazer uma correção... São duas coisas diferentes, mas aí já é outro tipo de discussão. Não estou a discutir se a data é mais importante ou não", disse.
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