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Henrique Gouveia e Melo quer mais investimento em cultura, mas considera 1% do OE elevado

Candidato prometeu, caso seja eleito, insistir junto do Governo para que a dotação orçamental dedicada ao setor seja maior.

13 de dezembro de 2025 às 18:47

O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo prometeu este sábado bater-se por mais investimento em cultura se for eleito, mas considerou que 1% do Orçamento é "bastante elevado", observando que era a dotação da Defesa antes da guerra na Ucrânia.

Henrique Gouveia e Melo visitou esta tarde a exposição "A arte rumo a Belém", no Círculo de Arquitetura de Oeiras, que junta pinturas de vários artistas e foi organizada por Santiago Belacqua, artista plástico e apoiante da candidatura do antigo Chefe do Estado-Maior da Armada.

Aos jornalistas, Gouveia e Melo prometeu, caso seja eleito, insistir junto do Governo para que a dotação orçamental dedicada ao setor seja maior, porque a "cultura é um elevador social e o Estado tem de investir verdadeiramente, como investe na educação, na saúde, na habitação".

"A cultura é um elemento importante da sociedade, dá identidade, caracteriza o melhor que nós temos e é através da cultura que se antecipam muitos dos movimentos sociais que depois vêm a seguir. Os artistas são os primeiros a capturar esse momento", referiu.

Questionado se considera que a meta de 1% do Orçamento do Estado dedicada à cultura -- uma das reivindicações dos agentes culturais -- lhe parece exequível, Gouveia e Melo disse não querer comprometer-se com números, mas observou que "1% é uma meta bastante elevada".

"Para terem ideia, até recentemente, até à guerra da Ucrânia, 1% do PIB era destinado às Forças Armadas, à defesa do país. Mas a cultura tem de ter um investimento forte", referiu.

Sobre a notícia do Público de que, em 2024, só foram executadas 55% das verbas orçamentadas na Lei de Programação Militar (LPM), Gouveia e Melo disse não lhe parecer que seja um problema e pediu para se ter cuidado com as leituras desses números.

"Porque, muitas vezes, os contratos são plurianuais e o investimento que não é feito naquele período porque os produtos, matérias ou equipamentos não foram entregues, mas os equipamentos estão encomendados, o dinheiro tem de estar reservado e serão pagos, dois, três anos depois", referiu, frisando que, "na realidade, a maior parte do investimento é praticamente todo usado".

Relativamente à análise feita por economistas do Banco de Portugal que indica que metade dos pensionistas por velhice recebeu uma pensão abaixo dos 462 euros em 2024, Gouveia e Melo considerou isso "uma verdadeira tristeza".

"Nós temos de ter verdadeiramente coesão social e temos de ir resolvendo esses problemas. Não conseguimos resolvê-los de um dia para o outro, mas temos de ter condições para que as pessoas desprotegidas, principalmente os idosos, não estejam a viver em condições indignas", defendeu.

Nestas declarações aos jornalistas, Gouveia e Melo foi também questionado se lhe parece que os seus adversários têm sido transparentes sobre a questão da reforma laboral, depois de António José Seguro ter este sábado desafiado André Ventura a esclarecer se é contra ou a favor do projeto do Governo.

Gouveia e Melo disse não querer substituir-se à comunicação social no escrutínio dos candidatos, mas referiu achar "um bocado interessante" que haja declarações suas que "são escrutinadas à palavra", sugerindo que isso não acontece com os seus adversários.

"Eu gostaria que o escrutínio fosse completo e que a transparência também fosse completa. As duas coisas também devem estar sempre de braço dado. O que nós desejamos é que a pessoa que vai ser escolhida seja bem conhecida para que a opção do povo seja uma opção esclarecida", referiu.

Depois de, em entrevista à Rádio Renascença, ter afirmado que há candidatos maçons à Presidência da República, Gouveia e Melo foi questionado se podia especificar a quem é que se estava a referir, mas recusou comentar.

"Sobre esse assunto eu vou-me calar, porque tentaram ligar-me a esse assunto desde o início da campanha. Eu não tenho mais nada a comentar sobre o que eu considero ser pequena política", disse.

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