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Seguro diz que o "País tem que abandonar cultura de trincheira e passar para uma cultura de consensos"

"O meu espaço ideológico é o do socialismo democrático e da social democracia", disse o candidato em entrevista à NOW, onde deixou algumas bicadas a Marcelo e prometeu ter uma postura diferente.

18 de novembro de 2025 às 22:24

António José Seguro considerou esta terça-feira, em entrevista à NOW, que os debates fazem parte para esclarecer os portugueses. O candidato à Presidência da República considerou que existe "muita divisão na sociedade portuguesa, muito extremismo", e que a sua intenção é "unir e promover consensos": "O País tem que abandonar a cultura de trincheira e passar para uma cultura de consensos".

Questionado sobre a exclusividade dos debates presidenciais, que deixou de fora a CMTV e a NOW, Seguro recusou responsabilidades: "Esta situação não é responsabilidade da minha candidadura. Nunca aceitaríamos uma situação da exclusividade, não foi por nossa responsabilidade. A proposta veio dos vossos colegas jornalistas."

Confrontado se não queria ter a esquerda a apoiá-lo, pois isso tornaria mais fácil uma passagem à segunda volta, numa altura em que as sondagens o colocam em terceiro lugar, Seguro respondeu: "O meu apelo é a todos os portugueses. Depois cada eleitor decide qual o candidato que está em condições de passar à segunda volta. Eu dirijo-me aos eleitores de esquerda, direita e do centro. Sou um candidato que toda a gente sabe as origens. Eu quero ser um Presidente agregador. Volto agora para unir. Tenho o Partido Socialista a apoiar-me, mas quando avancei não tinha ninguém."

Seguro esquivou-se a todas as questões relacionadas com o PS estar dividido quanto ao seu apoio e de o partido ter oficializado tarde o apoio à sua candidatura: "Não me senti magoado. Sinto-me muito honrado. Esta é uma eleição presidencial, quem quer ser candidato apresenta-se. Tenho pessoas que veem da direita, da esquerda, esta é uma candidatura abrangente. A minha candidatura é transversal, vai buscar votos à esquerda, direita e ao centro", repetiu, lembrando que ligou a José Luís Carneiro, líder do PS, quando o partido tornou público o apoio à sua candidatura.

O candidato apoiado pelos socialistas diz que decidiu avançar porque sentiu que podia ser útil ao País: "Vim porque o País tem problemas e tem de mudar. Problemas nos acessos aos cuidados de saúde, à habitação, muitos jovens emigram por necessidade... É isto que temos de inverter. Acha normal que passados 51 anos haja esta desigualdade salarial entre homens e mulheres?", criticou.

Questionado qual o seu espaço político, Seguro foi taxativo: "O meu espaço ideológico é o do socialismo democrático e da social democracia. É esse o meu espaço. Sabem de onde venho, sou uma pessoa da esquerda moderada e moderna."

"Serei um Presidente exigente. Os partidos têm de cumprir a sua missão principal de resolver os problemas dos portugueses e arranjar soluções. Quero que os portugueses saibam que vão ter um Presidente da República próximo", prosseguiu.

Outro tema abordado na entrevista foi a proposta do Governo para a revisão laboral. E neste ponto Seguro mostrou-se muito crítico. "Não há uma versão final, mas já falei dos meus princípios. Vou estar atento aos resultados da concertação social e naturalmente se há ou não da parte dos trabalhadores algum compromisso em relação à versão final. Também é importante saber qual vai ser a votação no Parlamento. Agora o que um Presidente da República deve dizer... viu na proposta eleitoral do Governo alguma proposta de revisão laboral? Nenhum português viu. Se não era urgente porque é que de um momento para o outro virou urgente? Todas as propostas que existem são claramente lesivas dos direitos dos trabalhadores. A legislação tem que ter objetivos e considero que esta situação coloca os trabalhadores em situação difícil."

António José Seguro deixou ainda bem claro, e com algumas críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, que se for eleito terá uma forma completamente diferente de governar do que o PR atual. "Terei uma atitude muito mais discreta. Serei um Presidente que conhece bem o tempo da presidência. Eu sei muito bem quando é que falo para que a palavra do Presidente tenha consequência. E também o momento e o local onde falo. Óbvio que isto é uma divergência em relação à atual presidência. Quero que os portugueses saibam que há um Presidente da República que está atento e que estará nas suas funções e a exercê-las. E que as notícias sejam os bons resultados para os portugueses e não a própria ação do Presidente. Vai ver-me menos nos telejormais, mas a fazer aquilo que é exigido a um Presidente da República", referiu.

Já no final da entrevista, Seguro foi questionado se alguma vez pediria a cabeça de um ministro.  "Acha que esse é o papel de um Presidente da República? Não gosto dessa expressão. Se um Presidente vir necessidade, que existe alguma área do Governo que está mais debilitada, tem uma conversa serena e discreta com o primeiro-minsitro. Não venho para arranjar problemas, venho para ajudar a resolver problemas. Serei sempre um fator de estabilidade", prometeu.

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