"Tivemos muitas ocasiões, fizemos tudo para chegar á vitória, mas, infelizmente, não conseguimos", disse Nuno Mendes.
Portugal saiu derrotado do Europeu, após ter perdido nos penáltis com a seleção francesa. A tristeza da Seleção Nacional traduz-se tanto nos rostos dos jogadores como nas reações ao resultado.
As reações dos protagonistas:
Pepe (jogador de Portugal): "[se foi o último jogo pela seleção nacional] O importante não é isso. Vou ter tempo para falar do meu futuro. O mais importante é dar os parabéns aos meus companheiros pela entrega que tiveram no jogo, cumprindo sempre o plano que tínhamos traçado, mas o futebol é isso, é cruel.
[lágrimas no final do jogo] Vou ter tempo de falar. Primeiro, temos de passar por esse processo de dor e tristeza, que faz parte. Todos estávamos com o objetivo de querer ganhar e dar o nosso melhor pelo nosso país. Não conseguimos dar essa alegria ao nosso povo, mas, infelizmente, o futebol é assim. É muito cruel.
Há quatro dias ganhámos nas grandes penalidades [por 3-0 frente à Eslovénia, após 0-0 nos 120 minutos, nos 'oitavos'], mas hoje perdemos. Há que dar força aos meus companheiros para podermos seguir e acreditar no processo, porque estamos num bom caminho".
Bernardo Silva (jogador de Portugal): "[melhor exibição da seleção nacional na prova] A impressão que tive dentro de campo é que sim, mas é futebol. Nestas grandes competições, de curta duração, nem sempre ganham as melhores equipas, nem as que jogam melhor.
Da mesma forma que, se calhar, foi cruel para a Eslovénia nos 'oitavos', hoje foi cruel para nós. É futebol. Seguimos em frente e foi uma lição. Há que tentar melhorar da próxima vez, mas é difícil [pensar nisso] por agora, porque ainda está tudo curto na memória.
Agora, temos de manter o grupo coeso. Trabalhámos muito entre todos e, apesar de as pessoas pensarem que não e de algumas críticas, conseguimos sempre manter um balneário com um espírito muito bom. Isso é único. Nestes momentos é que se veem as grandes equipas. Vamos tentar manter essa coesão para o que aí vem num futuro distante.
[mensagem a João Félix pelo penálti falhado] Pessoalmente, passei por isso há pouco tempo. Eu falhei um penálti contra o Real Madrid [ao serviço do Manchester City] e fomos eliminados nos quartos de final da Liga dos Campeões. Só falha quem vai lá bater. O facto de ele ter assumido a responsabilidade e ter carregado esse peso de marcar um penálti pela nossa seleção... Nós sabemos o quão difícil é. Claro que custa. Todos nós sentimos a pressão nestes momentos e alguém tem de falhar para uma equipa ganhar. Hoje tocou ao João Félix e estamos todos com ele".
Vitinha (jogador de Portugal): "Neste momento, é difícil estar a pensar no jogo e naquilo que faltou, fizemos de errado ou poderíamos ter feito de forma diferente. Há muita frustração e um sentimento de injustiça. Sentíamos que merecíamos. Empenhámo-nos muito e demos tudo de nós nesta competição. Quando é assim, dói, mas é o futebol.
[melhor exibição da seleção nacional na prova] Talvez, mas acabámos por ser eliminados. Infelizmente, hoje caiu para a França. Poderia ter caído para nós. Com a Eslovénia [vitória por 3-0 nos penáltis, após 0-0 nos 120 minutos, nos 'oitavos'] caiu para nós. É a vida".
Nuno Mendes (jogador de Portugal): "Faltou-nos eficácia, chegar lá [à área adversária] e meter a bola dentro da baliza. Tivemos muitas ocasiões, fizemos tudo para chegar á vitória, mas, infelizmente, não conseguimos. É o futebol. Às vezes, ganhas, mas outras vezes perdes. É levantar a cabeça e dar continuidade ao trabalho.
O jogo iria ser decidido nos detalhes e tentámos ao máximo não cometer erros. Foi um bom jogo da nossa equipa, mas eles também estiveram bem defensivamente. Não conseguimos chegar ao golo e eles ganharam nos penáltis.
A França tem jogadores muito bons ofensivamente, de alta qualidade e, quando iam lá, criavam muito perigo, mas estávamos preparados para isso e tínhamos o Diogo Costa na baliza. Como é óbvio, temos muita confiança nele.
[desempate por grandes penalidades] É uma questão de sorte. No jogo passado, calhou para nós, mas hoje foi para eles. É continuar e levantar a cabeça, porque não é o primeiro nem o último Europeu. É dar continuidade ao trabalho que temos feito".
Rúben Dias (jogador de Portugal): "É duro sair assim do Euro2024. Desde que aqui estou, este foi o jogo mais conseguido que tivemos contra a França, mas os penáltis são uma lotaria.
Sinto a seleção cada vez com mais recursos e capacidade. Chegámos aos penáltis sem marcar, mas podíamos ter decidido o jogo mais cedo.
Temos de ter noção que não devemos denegrir o que fizemos hoje e jogámos com uma das equipas mais fortes deste Europeu".
Rúben Neves (jogador de Portugal): "As expectativas estavam altas e trabalhámos muito bem. A equipa cresceu bastante. Demonstrámos hoje [sexta-feira] o melhor da nossa qualidade, mas acabámos por cair. Sabemos que isto é o futebol e só uma equipa pode ganhar. Mas, demos o nosso melhor e isso deixa-nos de consciência tranquila. Fizemos tudo o que podíamos.
Apanhámos, em cinco jogos, três equipas extremamente fechadas. A França veio para este jogo com três golos marcados, dois autogolos e um penálti. Por aí, já se percebe a dificuldade que é jogar contra algum tipo de equipas. Criámos muitas oportunidades, mas não conseguimos marcar. Vamos voltar a Portugal e pensar na próxima competição.
(Sobre penálti falhado de João Félix) Só quem bate é que pode falhar. Acontece, todos falhamos. Ele tem muita qualidade e vai ter todo o sucesso do mundo".
Roberto Martínez (selecionador de Portugal): "Precisamos de estar orgulhosos dos jogadores, que lutaram e tiveram um desempenho muito bom. O futebol pode ser cruel. Agradeço o apoio dos adeptos, que foram incríveis. Foi muito difícil, porque queríamos dar uma alegria ao povo português. A equipa deu tudo e mostrou os valores de Portugal.
Foi um bom jogo. A França é uma boa equipa, mas nós tivemos mais bola, criámos oportunidades e jogámos olhos nos olhos numa partida aberta. Faltou-nos precisão e marcar um golo.
Foi um jogo de alto nível técnico e tático e tentámos tudo. Criámos perigo por dentro, chegámos [à área adversária] pelas duas alas, o Rafael Leão esteve sempre preparado para utilizar o seu talento e todos os jogadores que entraram a partir do banco de suplentes ajudaram e acrescentaram. No geral, foi um desempenho muito bom, mas faltou o resultado final.
[desempate por grandes penalidades] Trabalhámos muito. Fizemos isso muito bem contra a Eslovénia [vitória por 3-0 frente à Eslovénia, após 0-0 nos 120 minutos, nos 'oitavos'], mas hoje a bola bateu no poste e saiu. É a diferença, mas faz parte. Não é uma situação por falta de qualidade ou de preparação, mas de azar. O futebol é assim. Uma equipa precisa de passar e a outra não pode. É cruel, porque tivemos muito mérito hoje.
[mensagem a João Félix pelo penálti falhado] O balneário é forte e ajuda um jogador que esteja num momento difícil. Só os que batem grandes penalidades é que podem errar. Isso faz parte do futebol. O importante é que tivemos um período de bom trabalho e os valores do balneário foram muito bons. Temos de utilizar isso para crescer e olhar em frente, porque há vida depois do Europeu e estes jovens jogadores têm um futuro muito grande.
Não é momento de avaliar [a prestação de Portugal no Euro2024]. O melhor é a atitude, o que tivemos no balneário e o apoio dos adeptos portugueses. Foi uma experiência única. Estamos tristes, porque queríamos dar-lhes uma alegria grande, mas foi um período em que demos tudo.
Foram duas seleções muito boas. Foi um jogo muito bom, um desempenho incrível e criámos muitas oportunidades. A bola bateu no poste no penálti e saiu e foi isso que fez a diferença.
Estou orgulhoso do que os jogadores fizeram, demonstrámos personalidade. Pelo desempenho, penso que merecíamos ganhar. É um dia triste, porque os adeptos mereciam uma alegria, mas os jogadores deram tudo.
O Pepe foi um exemplo durante o torneio. O Gonçalo Inácio e António Silva vão ser melhores pela experiência com o Pepe. Foi incrível, não só nos jogos, mas também nos treinos. Um exemplo incrível, e tinha lágrimas de frustração. É difícil aceitar, depois do nosso desempenho, que não podemos continuar.
Tivemos muitas oportunidades e chegámos a situações muito boas. O único erro foi que a bola não entrou. Conseguimos criar muito perigo no último terço.
O balneário apoiou todos os jogadores, especialmente o João Félix. Só quem bate pode errar. Ele treinou bem e teve uma boa oportunidade. O balneário sabe que precisamos utilizar estas emoções para olhar para frente. Quero agradecer o apoio dos adeptos e vamos trabalhar para lhes dar uma alegria."
Didier Deschamps (selecionador da França): "Foi um jogo muito difícil, frente a uma grande equipa portuguesa. Nós podíamos ter vencido, eles também podiam ter vencido.
Esta é uma felicidade que partilhamos com os adeptos. Sinto-me muito orgulhoso dos meus jogadores, apesar de não termos feito tudo bem. Estamos nas meias-finais.
Nos penáltis, contámos com a experiência e com a forma como os jogadores se sentem no momento. Correu bem, num jogo de forças entre o marcador e o guarda-redes. Lembro que o guarda-redes português tinha estado muito bem no último jogo. É muito importante a tranquilidade nestes momentos.
Mbappé é sempre muito honesto comigo e partir do momento em que ele me disse que não estava bem, não podia continuar. Não está na melhor forma, até com os problemas físicos que o afetam, e com o andamento do jogo foi ficando muito cansado.
A esta seleção francesa falta marcar mais golos. Enquanto isso não acontecer, ficamos sempre à mercê do adversário. Essa é a grande diferença entre esta seleção e a que foi vice-campeã mundial.
Estamos nas meias-finais, estou muito feliz e agora é preciso apreciar este momento".
Dembélé (jogador da França, eleito melhor em campo): "Estávamos confiantes e treinámos muitos os penáltis. Fui eu que decidi ser o primeiro. Neste Europeu, marcámos três golos e estamos na meia-final e isso diz muito do caráter e da força desta equipa.
O ambiente é muito bom depois deste apuramento. Estamos com falta de eficácia, mas é positivo que conseguimos criar muitas oportunidades. A nível defensivo, temos feito um excelente trabalho.
Fomos sólidos, tentámos atacar e conseguimos muitas oportunidades. É preciso realçar o trabalho a nível defensivo da equipa".
Kylian Mbappé (jogador de França): "O mais importante é ganhar. Sempre disse isso. Estamos nas meias-finais e isso é que é importante.
Conversei com o treinador já no final do tempo regulamentar. Estava cansado. Tentámos, mas no intervalo do prolongamento senti que não dava mais e sai. Vou agora tentar recuperar e preparar-me para o jogo com a Espanha".
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