Profissionais de saúde estão a desmaiar de fome no trabalho em Gaza. Sem eles, todo o sistema humanitário colapsa
Mais duas pessoas morreram, elevando para 113, o número de vítimas da fome na Faixa de Gaza.
“Os meus filhos choram porque não comem há quatro dias. Aceitaria a morte se isso significasse poder levar um pacote de farinha para os meus filhos, para eles poderem comer”, relatou à BBC, um pai, desesperado, de Gaza.
Mais um dia sem comida, mais um dia em que a fome voltou a matar. Mais duas pessoas morreram, elevando para 113, o número de vítimas da fome na Faixa de Gaza, enquanto a UNRWA, Agência da ONU de Assistência aos Refugiados, diz ter seis mil camiões com ajuda para entrar no enclave.
“As pessoas em Gaza não estão nem mortas nem vivas, são cadáveres ambulantes”, afirmou o comissário-geral da UNRWA.
Philippe Lazzarini alerta que a crise humanitária está também a afetar quem “tenta salvar salvar vidas no enclave”. “Os profissionais de saúde da linha de frente da UNRWA estão a sobreviver com uma pequena refeição por dia, quando conseguem. Estão a desmaiar de fome no trabalho. Quando os cuidadores não conseguem encontrar o suficiente para comer, todo o sistema humanitário entra em colapso”, afirmou.
Entretanto, a União Europeia renovou a ameaça, não excluindo a adoção de sanções contra Israel, caso Telavive não cumpra o acordo firmado no início do mês sobre a melhoria da situação humanitária em Gaza.
Um sinal de esperança, ainda que ténue, surge num possível cessar-fogo admitido por Israel, que está a estudar a proposta do Hamas.
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