Encontradas com pregos e balas na zona íntima: Mulheres mortas pelo Hamas com sinais de abuso e tortura sexual

ONU apresentou relatório que apontava para "motivos razoáveis" para acreditar que o Hamas tinha cometido violações durante ataques de 7 de outubro. Várias testemunhas reportaram situações de abuso sexual.

05 de março de 2024 às 23:52
Local onde ocorreu festival Supernova, massacrado pelo Hamas a 7 de outubro Foto: Susana Vera/ Reuters
Gal Abdush com o marido Nagi Foto: INSTAGRAM

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Tinha ido ao festival Supernova, em Israel, para desfrutar da música e do ambiente, mas acabou violada e morta às mãos do Hamas. Gal Abdush é um dos rostos da crueldade infligida às mulheres e raparigas israelitas durante os ataques do grupo islamita a 7 de outubro, informa o The New York Times

Um vídeo explícito, que capta as agressões sexuais, foi partilhado nas redes sociais, e rapidamente se tornou viral. Nas imagens, é possível ver uma mulher deitada de costas com o vestido preto rasgado, as pernas abertas e as partes íntimas expostas. A gravidade da situação deixou os internautas em choque, preocupados em apurar a identidade da vítima. A família de Gal sabia exatamente de quem se tratava. 

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Mãe de dois filhos e residente numa cidade da classe trabalhadora de Israel, Gal Abdush desapareceu com o marido durante o festival de música onde ocorreu um massacre. A mulher tentou fugir e ficou encurralada numa autoestrada, acabando por não resistir às agressões.

Segundo uma investigação do The Times, foram descobertos detalhes sobre atrocidades cometidas pelo Hamas durante os ataques de 7 de outubro. O jornal dá conta que as agressões a mulheres não foram episódios isolados, mas parte de um padrão mais amplo de violência baseada no género.

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Com base em vídeos, fotografias, dados de GPS de telemóveis e entrevistas a mais de 150 pessoas, foram identificados pelo menos sete locais onde mulheres e raparigas terão sido alvo de violações e mutiladas.

Quatro testemunhas revelaram terem visto mulheres a serem violadas e mortas em dois locais diferentes ao longo da Route 232, a mesma autoestrada onde o corpo seminu de Gal Abdush foi encontrado esparramado na estrada num terceiro local.

Soldados e médicos entrevistados disseram que encontraram mais de 30 corpos de mulheres e raparigas no local do festival e arredores. O cenário foi semelhante em praticamente todos os casos: pernas abertas, roupas rasgadas e sinais de abusos nas zonas genitais. 

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O The Times teve ainda acesso a uma fotografia que mostrava um cadáver de uma mulher com pregos cravados na coxa e na virilha e a um vídeo que mostrava duas mulheres-soldado mortas, atingidas na vagina. 

Um relatório das Nações Unidas, divulgado esta segunda-feira, afirma que há "motivos razoáveis" para acreditar que o movimento islamita Hamas cometeu violações, "tortura sexualizada" e outros tratamentos cruéis e desumanos contra mulheres nos ataques de 7 de outubro.

O mesmo relatório também apontou "motivos para acreditar que essa violência ainda pode estar em curso". O Hamas negou as acusações.

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Os ativistas israelitas têm-se mostrado indignados com o facto de o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, e a agência ONU Mulheres só terem reconhecido as muitas acusações semanas após os ataques.

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