Mais três jornalistas mortos no Médio Oriente

Ataque do Exército israelita no Sudeste do Líbano atingiu hotel onde os profissionais pernoitavam.

26 de outubro de 2024 às 01:30
Ataque atingiu hotel em Hasbaya, cidade com cinco mil habitantes Foto: Mohammad Zaatar/AP
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Três jornalistas morreram num ataque do Exército israelita no Sudeste do Líbano, segundo anunciou esta sexta-feira a agência de notícias oficial libanesa ANI. Os jornalistas foram identificados como Ghassan Najjar, Mohamed Reda (do canal de notícias pró-Irão Al-Mayadeen), bem como o repórter de imagem Wissam Qassem, que trabalhava para o Al-Manar, ligado ao Hezbollah.

De acordo com a imprensa local, os três profissionais foram mortos enquanto dormiam, quando o ataque atingiu um hotel em Hasbaya, cidade com perto de cinco mil habitantes situada a cerca de 50 quilómetros a sul da capital do Líbano, Beirute. O ataque foi perpetrado por aviões de guerra israelitas, pelas 3h30 locais (1h30 em Lisboa) na fronteira entre o Líbano e a Síria, tendo como alvo a comunidade de Hasbaya.

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Numa nota de repúdio pela morte dos três profissionais, o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) informou que pelo menos 128 jornalistas foram mortos só este ano (até 17 de outubro) na guerra de Israel contra o Hamas e na ofensiva israelita contra o Hezbollah. Com mais estes três óbitos, o número ascende agora aos 131. Além disso, 69 repórteres foram também feitos prisioneiros este ano.

“Os jornalistas estão a pagar um preço elevado na cobertura do conflito no Médio Oriente. Condenamos esta situação”, afirmou Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, vincando que “a liberdade e o acesso à imprensa devem ser garantidos e os jornalistas devem ser protegidos, sempre”.

A escalada da violência indiscriminada no Médio Oriente já tinha feito de 2023 o ano mais mortífero da última década para os jornalistas, com pelo menos 140 mortes violentas de repórteres em 28 países. Cerca de 80 sucumbiram em menos de três meses, entre 7 de outubro (data de início da ofensiva entre Israel e o Hamas) e 31 de dezembro.

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