Mulher e duas crianças portuguesas morreram num bombardeamento em Gaza

Ministro dos Negócios Estrangeiros lamentou a morte dos três cidadãos e pediu a Israel para parar com os ataques.

16 de novembro de 2023 às 00:04
João Gomes Cravinho Foto: Manuel Cascalheira
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O ministro dos Negócios Estrangeiros lamentou esta quarta-feira a morte de três cidadãos portugueses em Gaza, dos quais dois menores, juntamente com dois familiares, e pediu a Israel para parar estes bombardeamentos.

"O Governo português lamenta profundamente a morte de cinco pessoas esta tarde em Gaza, três cidadãos nacionais e dois familiares, fruto de um bombardeamento", declarou João Gomes Cravinho aos jornalistas, num hotel em Bissau.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros adiantou que morreram "uma adulta e duas crianças" de nacionalidade portuguesa e referiu ter transmitido em nome de Portugal ao seu colega israelita "desgosto em relação a estas mortes".

"Aquilo que aconteceu esta tarde com a morte de três cidadãos nacionais e dois familiares diretos desses cidadãos é mais uma prova de que este não é o caminho certo. Nós precisamos de parar agora estes bombardeamentos", defendeu.

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Segundo o ministro, estas vítimas civis constavam da "lista prioritária" de 16 pessoas a retirar de Gaza fornecida por Portugal às autoridades de Israel e do Egito.

Para João Gomes Cravinho, "pausa, cessar-fogo, trégua, pouco importa" o que se chame, "desde que o resultado seja a cessação de bombardeamentos que estão a provocar vítimas civis".

O ministro comunicou ter recebido do seu colega israelita a indicação de que nesta quinta-feira "sairão dez cidadãos nacionais e familiares" de Gaza, havendo "três cidadãos menores ainda por sair".

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Questionado se Portugal podia ter feito mais, o ministro respondeu: "Nós estamos em contacto desde o início, desde 8 ou 9 de outubro, com as autoridades egípcias e israelitas, fornecendo os elementos que fomos recebendo sobre cidadãos portugueses e familiares imediatos".

"Neste momento, não há mais nada que pudéssemos fazer. Isto é, todos os dias, literalmente, e às vezes mais do que uma vez por dia temos vindo a insistir sobre a necessidade de retirada desses cidadãos que os seus familiares", acrescentou Gomes Cravinho.

A ofensiva de Israel em Gaza já dura há 40 dias, depois de o grupo islamita Hamas, classificado como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos da América, ter lançado a 7 de outubro um ataque sem precedentes em território israelita, no qual matou e raptou militares e civis, incluindo crianças.

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Segundo o governo israelita, o Hamas fez mais de 1.400 mortos em Israel e levou cerca de 220 reféns, dos quais quatro foram entretanto libertados.

As forças armadas de Israel responderam com bombardeamentos e o corte do abastamento de água, comida, eletricidade e combustível à Faixa de Gaza, onde vivem mais de dois milhões de pessoas.

As autoridades da Faixa de Gaza reportam mais de 11.000 pessoas mortas pelos bombardeamentos israelitas, entre as quais mais de 4.000 crianças.

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