page view

Negociar a paz em Gaza a várias velocidades e vontades

Negociações indiretas foram retomadas em Sharm el-Sheik, no Egito, mas as duas partes continuam distantes. EUA acreditam que acordo “está mais próximo do que nunca”.

07 de outubro de 2025 às 01:30

Na véspera do segundo aniversário do ataque terrorista do Hamas contra Israel, que se assinala esta terça-feira, as negociações para a paz em Gaza continuaram ontem a duas velocidades no Egito, com a realização de negociações indiretas entre as delegações do grupo terrorista e do Governo israelita e, antes disso, de um conjunto de en- contros paralelos entre o movimento palestiniano e altos responsáveis, nomeadamente egípcios e do Qatar. Como nem todos evidenciam a mesma urgência em calar as armas, a pressa de Donald Trump não foi acompanhada pelo Hamas. As partes focam-se nas negociações com vista à entrega dos reféns do 7 de outubro de 2023 e a troca por palestinianos encarcerados por Israel, além da definição de uma data para o cessar-fogo, que parece distante apesar destas intensas movimentações diplomáticas.

Israel, cuja urgência neste processo parece equívoca, continuou a ofensiva tanto na Faixa de Gaza como no Sul do Líbano. Fonte egípcia próxima das negociações revelou à im- prensa no Cairo que o Governo israelita estaria “renitente em cooperar” nas negociações que decorrem em Sharm el-Sheikh, cidade turística do Sinai. A mesma fonte, que solicitou o anonimato por razões de segurança, denuncia ainda que a delegação israelita não está sequer mandatada para dar quaisquer respostas às exigências do Hamas, nomeadamente em relação a garantia de que Israel não retomaria a agressão contra Gaza ou aos mecanismos de implantação do plano desenhado pelo gabinete de Donald Trump. A delegação de Israel também não deu garantias de travar os ataques contra elementos do Hamas em Gaza mal os reféns sejam libertados.

Apesar de não existir uma data para o cessar-fogo, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, garante que um acordo para a libertação dos reféns do Hamas está “mais próximo do que nunca”.

Khalil al-Hayya, que Israel tentou matar durante o ataque a Doha, capital do Qatar, chefia a delegação do Hamas nestas negociações.

A ação do Hamas na manhã de 7 de outubro de 2023, que Israel assinala esta terça-feira em vários eventos apesar dos feriados que o país vive, matou mais de 1200 pessoas e fez mais de 250 reféns. A retaliação israelita praticamente terraplanou Gaza, matou perto de 70 mil palestinianos, semeou a fome no território e fez levantar várias denúncias de genocídio levando vários países, Portugal incluído, a reconhecer o Estado da Palestina.

E TAMBÉM

Enviado de Trump

Steve Witkoff, enviado especial do Presidente norte-americano, Donald Trump, para o Médio Oriente, lidera a delegação dos EUA nas negociações que decorrem em Sharm el-Sheik. O genro de Trump, Jared Kushner, um dos arquitetos dos Acordos de Abrãao entre Israel e vários países árabes, poderá juntar-se às negociações.

Libertada

A ativista sueca Greta Thunberg e mais de 150 outros membros da Flotilha Global Sumud foram ontem libertados e deportados por Israel. “É uma vergonha esta missão ter tido de existir”, disse Thunberg à chegada a Atenas, na Grécia.

A carregar o vídeo ...

“Há um genocídio a acontecer à frente dos nossos olhos”: Greta Thunberg reage após deportação de Israel

VÍDEO: AP

Cruz Vermelha pronta

A Cruz Vermelha Internacional diz estar preparada para ir buscar os reféns israelitas assim que existir um acordo entre o Hamas e Israel para a sua libertação.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8