A edição de hoje
Este ano, foi numa cozinha improvisada no campo de refugiados de al-Mawasy que Mayess Hamid preparou os doces natalícios.
Mayess Hamid perdeu o emprego quando a pastelaria em que trabalhava, uma das melhores da Faixa de Gaza, foi alvo de bombardeamentos israelitas. Não só o local de trabalho, mas também a casa onde morava foi destruída na sequência da guerra. Apesar de todos os obstáculos enfrentados, a palestiniana de 31 anos nunca deixou de ter um desejo: fazer bolachas de Natal para distribuir pelas crianças do campo de refugiados de al-Mawasy onde agora vive.
“A guerra virou as nossas vidas de pernas para o ar. Perdi o meu rendimento e a minha casa foi destruída. Os meus filhos estão entusiasmados, esperam ansiosamente e tentam ajudar, especialmente com as decorações”, disse à Al Jazeera.
Este ano, foi numa cozinha improvisada com chão de areia e um telhado de nylon que Mayess Hamid preparou as bolachas de Natal para as crianças. Conta que a tarefa não foi fácil tendo em conta à escassez de alimentos básicos no enclave palestiniano.
Enquanto a segunda fornada de bolachas coze, Hamid começa a decorar a primeira dentro da sua pequena tenda."A guerra pode ter levado a minha casa e a vida que eu conhecia, mas não a minha paixão pela decoração e a atenção aos pormenores”, afirmou.
Apesar de tentar trazer alguma alegria ao campo de refugiados durante a época festiva, torna-se difícil para Hamid esconder a tristeza de este ser o segundo Natal que passa no meio de uma guerra.
“Tentamos sorrir, mas as nossas feridas são profundas e não há muito que possamos fazer. Sentimo-nos esquecidos”, apontou.
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