Abbas acusou Israel de, após quase dois anos de ataques, estar a deixar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia confrontados com "uma guerra, genocídio, destruição, fome e deslocados".
O Presidente da Autoridade Palestiniana defendeu esta quinta-feira que o que Israel está a fazer na Faixa de Gaza e na Cisjordânia "não é uma agressão, mas sim um crime de guerra e um crime contra a humanidade".
"O que Israel está a levar a cabo não é uma agressão, mas sim um crime de guerra e um crime contra a humanidade que ficará nos livros de História como um dos capítulos mais horríveis da trágica história da Humanidade dos séculos XX e XXI", afirmou Abbas, ao discursar, através de videoconferência, na 80.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Abbas acusou Israel de, após quase dois anos de ataques, estar a deixar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia confrontados com "uma guerra, genocídio, destruição, fome e deslocados", que, sublinhou, "provocou mais de 220 mil pessoas mortas ou feridas", na maioria crianças, mulheres e idosos desarmados".
"[Israel] impôs um cerco à Faixa de Gaza que está a privar mais de dois milhões de palestinianos de alimentos, água e saúde. Destruiu 80% das casas, hospitais, escolas, pontes, igrejas, mesquitas, infraestruturas", acrescentou.
Por outro lado, Abbas lembrou que os palestinianos rejeitam o antissemitismo, confusão que tem estado a ser explorada por Israel.
"Rejeitamos a confusão entre solidariedade à causa palestina e a questão do antissemitismo, que rejeitamos com base nos nossos valores e princípios. Rejeitamos o antissemitismo", insistiu.
Segundo Abbas, os palestinianos não abandonarão as suas terras, razão pela qual chegou a hora de a comunidade internacional fazer a coisa certa pela Palestina, para que "deixe de ficar sob ocupação ilegal de Israel".
Nesse sentido, apelou a todos os países para reconhecerem o Estado da Palestina, cujo povo tem sido "vítima dos crimes" de Israel.
Reiterando compromissos assumidos há alguns meses, nomeadamente para convencer a França a reconhecer o Estado palestiniano, Abbas apelou "a todos os países que ainda não o fizeram para reconhecerem o Estado da Palestina" e agradeceu aos que já o fizeram.
Na sequência de uma cimeira organizada na segunda-feira pela França e pela Arábia Saudita sobre o futuro da solução de dois Estados -- palestiniano e israelita, a viver lado a lado em paz e segurança -- cerca de dez países, incluindo Portugal, França, Reino Unido, Canadá e Austrália, reconheceram formalmente o Estado palestiniano. A grande maioria dos Estados-membros da ONU, 151 dos 193, partilha esta posição.
Na intervenção, Abbas não poupou críticas a Israel, apelando à comunidade internacional para apoiar os esforços palestinianos "para travar o genocídio e a ocupação".
Abbas rejeitou e lamentou a ideia de um "Grande Israel" lançada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apoiada na política ilegal de expansão dos colonatos na Cisjordânia ocupada, realçando, novamente, que tal se trata de mais uma violação do direito internacional e que mina a solução de dois Estados.
"O terrorismo dos colonos tem aumentado. Queimam casas e terras. Destroem árvores, atacam localidades e palestinianos desarmados, matando-os, aproveitando a ocupação do exército palestiniano. Os locais sagrados do cristianismo e do islão, como em Hebron e na Faixa de Gaza, não foram poupados aos ataques, que também destruíram igrejas e mesquitas", afirmou.
"As nossas feridas são profundas e a calamidade é enorme. Sete milhões de palestinianos estão ainda a sofrer as consequências da guerra de 1948. Há décadas que estão sob ocupação de Israel, sem que [Telavive] seja responsabilizado. Sofremos também desde 1967", lembrou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.