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Presidente da Autoridade Palestiniana acusa Israel de "crime contra a humanidade"

Abbas acusou Israel de, após quase dois anos de ataques, estar a deixar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia confrontados com "uma guerra, genocídio, destruição, fome e deslocados".

25 de setembro de 2025 às 16:45

O Presidente da Autoridade Palestiniana defendeu esta quinta-feira que o que Israel está a fazer na Faixa de Gaza e na Cisjordânia "não é uma agressão, mas sim um crime de guerra e um crime contra a humanidade".

"O que Israel está a levar a cabo não é uma agressão, mas sim um crime de guerra e um crime contra a humanidade que ficará nos livros de História como um dos capítulos mais horríveis da trágica história da Humanidade dos séculos XX e XXI", afirmou Abbas, ao discursar, através de videoconferência, na 80.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Abbas acusou Israel de, após quase dois anos de ataques, estar a deixar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia confrontados com "uma guerra, genocídio, destruição, fome e deslocados", que, sublinhou, "provocou mais de 220 mil pessoas mortas ou feridas", na maioria crianças, mulheres e idosos desarmados".

"[Israel] impôs um cerco à Faixa de Gaza que está a privar mais de dois milhões de palestinianos de alimentos, água e saúde. Destruiu 80% das casas, hospitais, escolas, pontes, igrejas, mesquitas, infraestruturas", acrescentou.

Por outro lado, Abbas lembrou que os palestinianos rejeitam o antissemitismo, confusão que tem estado a ser explorada por Israel.

"Rejeitamos a confusão entre solidariedade à causa palestina e a questão do antissemitismo, que rejeitamos com base nos nossos valores e princípios. Rejeitamos o antissemitismo", insistiu.

Segundo Abbas, os palestinianos não abandonarão as suas terras, razão pela qual chegou a hora de a comunidade internacional fazer a coisa certa pela Palestina, para que "deixe de ficar sob ocupação ilegal de Israel".

Nesse sentido, apelou a todos os países para reconhecerem o Estado da Palestina, cujo povo tem sido "vítima dos crimes" de Israel.

Reiterando compromissos assumidos há alguns meses, nomeadamente para convencer a França a reconhecer o Estado palestiniano, Abbas apelou "a todos os países que ainda não o fizeram para reconhecerem o Estado da Palestina" e agradeceu aos que já o fizeram.

Na sequência de uma cimeira organizada na segunda-feira pela França e pela Arábia Saudita sobre o futuro da solução de dois Estados -- palestiniano e israelita, a viver lado a lado em paz e segurança -- cerca de dez países, incluindo Portugal, França, Reino Unido, Canadá e Austrália, reconheceram formalmente o Estado palestiniano. A grande maioria dos Estados-membros da ONU, 151 dos 193, partilha esta posição.

Na intervenção, Abbas não poupou críticas a Israel, apelando à comunidade internacional para apoiar os esforços palestinianos "para travar o genocídio e a ocupação".

Abbas rejeitou e lamentou a ideia de um "Grande Israel" lançada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apoiada na política ilegal de expansão dos colonatos na Cisjordânia ocupada, realçando, novamente, que tal se trata de mais uma violação do direito internacional e que mina a solução de dois Estados.

"O terrorismo dos colonos tem aumentado. Queimam casas e terras. Destroem árvores, atacam localidades e palestinianos desarmados, matando-os, aproveitando a ocupação do exército palestiniano. Os locais sagrados do cristianismo e do islão, como em Hebron e na Faixa de Gaza, não foram poupados aos ataques, que também destruíram igrejas e mesquitas", afirmou.

"As nossas feridas são profundas e a calamidade é enorme. Sete milhões de palestinianos estão ainda a sofrer as consequências da guerra de 1948. Há décadas que estão sob ocupação de Israel, sem que [Telavive] seja responsabilizado. Sofremos também desde 1967", lembrou.

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