Enclave palestiniano sofreu esta terça-feira um dos mais violentos ataques desde que Donald Trump apresentou o plano de paz para o conflito no Médio Oriente.
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O ritual cumpriu-se pela segunda vez. Eram 06h29 quando o imenso descampado onde no dia 7 de outubro de 2023 decorria o festival de música Supernova fez um minuto de silêncio pelas vítimas do ataque realizado pelo Hamas. Mas o silêncio no campo agora transformado em memorial foi cortado pelo som das bombas que vinha do outro lado da fronteira. O enclave palestiniano sofreu esta terça-feira um dos mais violentos ataques desde que Donald Trump apresentou o plano de paz para Gaza, com a artilharia e a aviação israelitas a realizarem ataques durante todo o dia à zona Norte do território palestiniano, nomeadamente em Jabalia.
Como no calendário judaico deste ano o dia 7 de outubro coincidiu com a celebração do ‘Sucot’, um dos feriados mais importantes para os israelitas, as famílias rumaram em massa ao Sul para revisitar os locais onde o Hamas matou mais de 1200 pessoas há dois anos e fez à volta de 250 reféns. É uma zona que se estende por alguns quilómetros da estrada nacional 232, uma via carregada de simbolismo onde se multiplicam os memoriais às vítimas no ataque do Hamas.
Junto ao ‘kibbutz’ Nahal Oz ergue-se agora um desses memoriais, que é também um ponto alto para observar a destruição na Faixa de Gaza. É aqui que, agora, as famílias se juntam para observar o que se passa no outro lado da fronteira. Trazem máquinas fotográficas, binóculos ou simplesmente o telemóvel para registar a destruição palestiniana. E, na esmagadora maioria, indiferentes aos mais de 60 mil mortos que a retaliação israelita de dois anos já causou entre a população palestiniana.
À noite, em Telavive, a data foi assinalada por 30 mil pessoas que se juntaram no parque Yarkon, num evento organizado pela associação Kumu que reuniu familiares de vítimas e sobreviventes do 7 de outubro de 2023.
Enquanto recordam os reféns e as vítimas do Hamas, os israelitas continuam de olhos postos nas negociações de paz que decorrem no Egito. Donald Trump, talvez a pessoa que tem mais urgência na pacificação de Gaza, reafirmou esta terça-feira que tudo fará para “garantir que todos cumprem” a sua parte neste complexo processo negocial que continua sem resultados visíveis apesar de Washington garantir o bom entendimento até agora entre as partes.
Recordar a amiga que morreu sem saber porquê
Júnior Mota ainda não tinha estado na zona Sul de Israel desde o dia 7 de outubro de 2023. Este ano chegou até ao terreno onde se realizava o festival de música eletrónica Supernova, e de onde recebeu a última mensagem de áudio da amiga Bruna Valeanu, também brasileira do Rio de Janeiro, que participava no evento de onde não conseguiu escapar. Mota partilha a derradeira mensagem: “Estou aqui no meio da guerra”, diz Bruna, sem perceber ainda muito bem a dimensão da ofensiva do Hamas. Refugiou-se num ‘bunker’ na beira da estrada, mas uma granada matou todos os que ali procuraram abrigo.
Os corpos de- moraram a ser identificados, até que chegou a notícia da morte de Bruna, uma estudante de Comunicação. Esta terça-feira, Júnior Mota também esteve a olhar para as explosões lá ao longe, em Gaza. E partilhou uma certeza: “Precisamos que os reféns voltem e o povo de Gaza também precisa, para poder ter paz”, disse ao Correio da Manhã Júnior Mota.
E TAMBÉM
Greta causa problemas
O Presidente dos EUA disse esta terça-feira que a ativista sueca Greta Thunberg, que integrou a flotilha para Gaza, “só causa problemas” e “precisa de ir ao médico”. “Está sempre zangada. Tem problemas de gestão da raiva”, acusou Trump. “De problemas de gestão de raiva percebe ele”, retorquiu a ativista, agradecendo a preocupação.
Ativista morde
Uma das ativistas espanholas que integraram a flotilha continua detida em Israel por ter mordido uma enfermeira quando fazia um exame na prisão.
Agradecimento
A deputada Mariana Mortágua agradeceu esta terça-feira ao cônsul e à embaixadora de Portugal em Israel pelo acompanhamento dado aos quatro ativistas portugueses da flotilha humanitária detidos pelas forças israelitas, mas não estendeu o agradecimento ao Governo, pela falta de apoio político à missão.
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