Acordo de minerais é “salvaguarda” para a Ucrânia

Trump diz que a Rússia não ousará atacar o território ucraniano se lá estiverem empresas e trabalhadores norte-americanos.

28 de fevereiro de 2025 às 01:30
Trump recebeu o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer Foto: Kevin Lamarque/Reuters
Enviados dos EUA e da Rússia estiveram reunidos em Istambul Foto: Dilara Senkaya/Reuters

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O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse esta quinta-feira que o acordo de minerais que vai assinar esta sexta-feira com Volodymyr Zelensky na Casa Branca servirá de “salvaguarda” para evitar que a Rússia volte a atacar a Ucrânia, dispensando assim a necessidade de garantias de segurança formais.

“É uma salvaguarda, podemos chamar-lhe assim. Não acredito que alguém decida brincar com a Ucrânia se lá tivermos muitos trabalhadores a extrair terras raras e outras coisas de que precisamos para o nosso país”, afirmou Trump em declarações aos jornalistas antes de se reunir com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

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Sobre o encontro desta sexta-feira com Zelensky, Trump confirmou que ambos vão assinar “um acordo muito importante para ambos os lados”, que vai garantir uma forte presença das empresas norte-americanas na Ucrânia após um futuro acordo de paz. Confrontado pelos jornalistas com o facto de ter chamado “ditador” ao Presidente ucraniano na semana passada, Trump gracejou: “Eu disse isso? Não acredito que tenha dito isso. Próxima pergunta.”

Os jornalistas quiseram ainda saber se “é possível confiar” em Vladimir Putin, ao que Trump respondeu que acredita que o Presidente russo “vai cumprir a sua palavra”. “Confirmar mas verificar”, sublinhou o Presidente dos EUA, acrescentando que a Rússia “está a portar-se muito bem” e as negociações de paz “estão a avançar bem”.

Já o primeiro-ministro britânico frisou perante Trump que é importante que os EUA possam providenciar uma “salvaguarda de segurança” para uma eventual missão de paz europeia na Ucrânia, apesar de a Rússia já ter indicado várias vezes que o envio de militares europeus para a Ucrânia após um eventual cessar-fogo é “inaceitável”.

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Keir Starmer, que foi a Washington numa missão de charme semelhante à protagonizada pelo Presidente francês Emmanuel Macron no início da semana, agradeceu a Trump por tentar acabar com a guerra e entregou-lhe um convite do Rei Carlos III para uma visita de Estado ao Reino Unido, que será a segunda de Trump. “Este convite é mesmo especial, nunca acontece antes. Não há antecedentes”, sublinhou o chefe do Governo britânico perante o anfitrião, que aceitou de imediato a honraria e sugeriu que o Reino Unido poderá escapar às tarifas que ameaçou impor à Europa.

Costa convida Zelensky

Opresidente do Conselho Europeu, AntónioCosta, convidou Volodymyr Zelensky para a cimeira extraordinárias de líderes europeus, a 6 de março, que vai discutir a continuação do apoio europeu a Kiev.

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Militares norte-coreanos

Os serviços secretos sul-coreanos indicaram que a Coreia do Norte terá enviado mais militares para combater ao lado da Rússia, embora a dimensão do novo contingente não seja conhecida. No ano passado, Pyongyang já tinha enviado 11 mil soldados.

Turquia admite enviar tropas

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O Presidente turco, Tayyip Erdogan, está disposto a enviar tropas para uma futura missão de manutenção de paz na Ucrânia, tendo já informado o Presidente Volodymyr Zelensky e o MNE russo, Sergei Lavrov.

Putin acusa Europa de tentar sabotar aproximação EUA-Rússia

O Presidente russo alertou esta quinta-feira que certas “elites ocidentais” estão a tentar sabotar a reaproximação entre a Rússia e os EUA e garantiu que os serviços diplomáticos e de informações russos farão tudo ao seu alcance para o impedir.

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“Entendemos que nem todos os países estão contentes com o reinício dos contactos russo-americanos. Algumas elites ocidentais continuam determinadas em manter a instabilidade no mundo, e essas forças vão tentar sabotar ou comprometer o diálogo em curso”, acusou Vladimir Putin num discurso na sede do FSB em Moscovo. “Temos de estar atentos e usar todos os meios dos nossos serviços diplomáticos e de inteligência para o impedir”, frisou o líder russo, que se mostrou otimista sobre a melhoria das relações entre a Rússia e os EUA. “Queria notar que os primeiros contactos com a nova Administração americana inspiram certa esperança. Existe uma vontade comum de trabalhar para restaurar os laços bilaterais e resolver gradualmente os muitos problemas sistémicos e estratégicos que se acumularam na arquitetura de segurança global”, afirmou o Presidente russo.

O discurso de Putin na sede do FSB ocorreu no mesmo dia em que delegações da Rússia e dos EUA se reuniram em Istambul, na Turquia, para “conversações técnicas” sobre o restabelecimento das relações diplomáticas. O encontro, que decorreu no consulado geral dos EUA na cidade turca, durou cerca de seis horas e não houve declarações à imprensa no fim.

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