Conduta em construção para repor fornecimento de água em Kakhovka
Diretor da Agência Estatal para a Reconstrução da Ucrânia afirmou que o país precisa de bombas de água para a obra.
A Ucrânia precisa de bombas de água para construir uma conduta que vai repor o fornecimento afetado pela destruição da barragem de Kakhovka, no rio Dniepre, revelou esta terça-feira um responsável pela reconstrução do país.
"A nossa equipa já começou a construir uma conduta que vai fornecer água a três regiões, com mais de 300 quilómetros, mas precisamos de bombas de água", revelou esta terça feira o diretor da Agência Estatal para a Reconstrução da Ucrânia, Mustafa Nayyem.
O responsável falava durante a conferência "Moldar a nova Ucrânia: Garantir uma recuperação sólida" organizada pelo centro de estudos Chatham House, à margem da Conferência Internacional de Recuperação da Ucrânia (URC 2023), que vai decorrer na capital britânica entre quarta e quinta-feira.
"Ninguém tem [as bombas], não as conseguimos encontrar. Se alguém souber como encontrar estas bombas, por favor ajude-nos", apelou Nayyem.
Kiev e os países ocidentais acusam Moscovo da destruição da barragem de Kakhovka, que resultou em grandes inundações, cerca de 50 mortos e milhares de pessoas deslocadas.
O vice-ministro das Infraestruturas da Ucrânia reivindicou que muito do trabalho de reconstrução do país durante a guerra foi feito com os próprios recursos.
"A sociedade ucraniana não estava preparada, não tínhamos este tipo de experiência, mas fizemo-lo. Não parámos a nossa energia, não parámos as nossas estradas, não parámos os nossos comboios. Tudo está a funcionar. E o que é muito importante é que estamos agora preparados para a próxima época muito melhor do que antes", afirmou.
Nayyem reconheceu que o país vai precisar do apoio da comunidade internacional em termos de investimento, competências e a combater a corrupção.
"Sim, temos [corrupção], mas também estamos a fazer outras coisas muito boas. Penso que isso é importante", vincou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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