Kiev sofre pressão por corte de gás russo

Desde 1 de janeiro que Kiev decidiu colocar fim a um acordo que permitia o fornecimento de gás russo à Europa, através da Ucrânia. Medida que Zelensky considerou ser “uma das maiores derrotas” do Presidente russo desde o início da guerra.

“Quando Putin chegou ao poder na Rússia, há mais de 25 anos, o volume anual de gás enviado através da Ucrânia para a Europa era de mais de 130 mil milhões de metros cúbicos; hoje, o volume de gás em trânsito é zero”, sublinhou.

A decisão está a ter impacto em alguns países do Leste europeu. A Eslováquia, principal ponto de entrada, está a perder milhões de euros em taxas de trânsito.

O primeiro-ministro já ameaçou cortar o apoio financeiro a mais de 130 mil refugiados ucranianos, exigindo a renovação do trânsito de gás ou uma compensação pelas perdas. Fico está também a considerar a possibilidade de cortar o fornecimento de eletricidade à Ucrânia.

No entanto, a Polónia já se ofereceu para apoiar Kiev no caso de a Eslováquia cortar as suas exportações de eletricidade - fornecimentos cruciais para a Ucrânia, cujas centrais elétricas são regularmente atacadas pela Rússia. Também a Moldávia começou a sentir o efeito do corte, nomeadamente a Transnístria, região pró-Moscovo, que encerrou todas as empresas industriais, com exceção dos produtores alimentares.

PORMENORES

Gasoduto

A Rússia ainda pode enviar gás para a Hungria, Turquia e Sérvia através do gasoduto TurkStream, que atravessa o mar Negro.

Acordo

Antes da guerra, o gás russo correspondia a 40% da importação de recursos por países europeus, valor que caiu em 2023 para menos de 10%.

União Europeia

A porta-voz da Comissão Europeia disse que a UE está preparada para o corte de gás russo e que o impacto deve ser limitado.