Mariupol rejeita ultimato e prepara-se para o pior

Governo ucraniano promete que a cidade portuária não se vai render.

22 de março de 2022 às 01:30
Destruição em Mariupol Foto: Reuters
Imagem 2022-03-20T181413Z_1360455687_RC2D6T9YPGLL_RTRMADP_3_UKRAINIE-CRISIS-MARIUPOL.JPG (13320912) (Milenium) Foto: ALEXANDER ERMOCHENKO/reuters
destruição, guerra, ucrânia, Mariupol Foto: Reuters
mariupol, bombardeamentos, invasão russa, ucrânia Foto: Reuters
Mariupol, cidade ucraniana devastada pela guerra Foto: Reuters
destruição, guerra, ucrânia, Mariupol Foto: Reuters
mariupol, bombardeamentos, invasão russa, ucrânia Foto: Reuters
mariupol, bombardeamentos, invasão russa, ucrânia Foto: Reuters
Mariupol

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A cidade portuária de Mariupol preparava-se esta segunda-feira para o pior e prometia combater até ao último homem contra os invasores russos depois de ter recusado um ultimato para se render até ao fim da tarde de domingo. O ultimato foi rejeitado apesar de o Governo ucraniano reconhecer que a situação na cidade, cercada há mais de duas semanas, é “muito difícil”.

“É claro que rejeitámos a proposta de rendição. Não pode haver rendição ou deposição das armas”, afirmou a vice-PM ucraniana, Iryna Vereshchuk, admitindo, apesar disso, que cerca de 300 mil residentes estão em situação de grande risco, sem eletricidade nem água e sob constante bombardeamento. Vereshchuk explicou que o apoio humanitário não chega aos civis e a situação deverá manter-se, pois o acordo a que se chegou com a Rússia para criar corredores humanitários para retirar civis de várias cidades sitiadas não inclui Mariupol.

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A ministra considerou ainda que o ataque a Mariupol “é uma vingança pessoal” de Putin por não ter conseguido tomar a cidade em 2014 e pelo facto de os seus cidadãos “terem recusado a tutela da Rússia”.

Apesar do ultimato, Denis Pushilin, líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, no Leste da Ucrânia, reconheceu que tomar o controlo da cidade são será fácil. “Não estou otimista que dois ou três dias, ou até uma semana, resolvam o assunto. Infelizmente, não será assim, a cidade é grande”, afirmou.

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A “resistência heroica” em Mariupol foi elogiada pelo ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, segundo o qual essa luta ajudou a travar o avanço russo sobre outras cidades. “Por causa da sua dedicação e coragem sobre-humana, dezenas de milhares de vidas por toda a Ucrânia foram salvas. Mariupol está a salvar Kiev, Dnipro e Odessa”, afirmou. O ministro acusou ainda a Rússia de “terrorismo de Estado”, instando a comunidade internacional a travar o regime de Vladimir Putin. “Pois ele quer ir mais longe, irá atacar outros países”, alertou. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse também que os russos “já escrevem nos helicópteros ‘Até Berlim’, pois querem ir muito mais longe do que a Ucrânia”.

Além de Mariupol, áreas civis na capital ucraniana estão também a ser arrasadas, o mesmo acontecendo em cidades como Sumy, Chernihiv e Kharkiv. Nesta última, a segunda maior da Ucrânia, o presidente da câmara afirma que centenas de edifícios foram destruídos.

Bússola da UE mais dura com a Rússia

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O Conselho da União Europeia ‘Jumbo’, assim designado por reunir os MNE mais os ministros da Defesa dos 27 Estados-membros da UE, aprovou uma nova Bússola Estratégica que visa reforçar a defesa europeia ante a nova ameaça da Rússia.

“O ambiente de segurança mais hostil exige um salto quântico em frente”, refere o documento, segundo o qual “a Bússola Estratégica é um guia para a ação”. Com uma linguagem mais dura com a Rússia, o documento assume, sem meias-palavras, que a UE está subequipada e traça o objetivo de um maior investimento militar.

“Uma UE mais forte e mais capaz em segurança e defesa contribuirá para a segurança global e transatlântica e é complementar à NATO”, diz o documento.

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Foi ainda decidida a criação de uma força de reação rápida com cinco mil efetivos, capaz de ser deslocada rapidamente em situações de crise.

“As ameaças estão a aumentar e os custos da inação são claros”, afirmou Josep Borrell, chefe da diplomacia da UE, dizendo que o novo guia “nos ajudará a enfrentar as responsabilidades de segurança, perante os nossos cidadãos e o resto do Mundo”.

Putin acusado de deportar ucranianos à força para a Rússia

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O regime do Presidente Vladimir Putin está a ser acusado de deportar ucranianos de Mariupol e outras cidades, levando-os à força para campos de prisioneiros e daí para cidades isoladas na Sibéria e noutras regiões da Rússia, onde alegadamente serão depois obrigados a trabalhar como escravos, possivelmente durante muitos anos.

Biden convidado a visitar kiev

O Governo ucraniano convidou Joe Biden a visitar Kiev durante a sua deslocação à Europa esta semana “se tiver coragem” . Biden vai participar nas reuniões da NATO e da UE e visitar a Polónia.

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Relações EUA-rússia “à beira da rutura”

O Kremlin avisou que as relações entre os EUA e a Rússia estão “à beira da rutura” devido aos “insultos pessoais” de Biden a Putin, incluindo chamar ao PR russo “criminoso de guerra”.

Sobrevivente do Holocausto morre em Kharkiv

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Boris Romantschenko, um antigo prisioneiro dos campos de extermínio nazis, de 96 anos, morreu sexta-feira quando a sua casa em Kharkiv foi atingida por uma bomba russa. Tinha sobrevivido a quatro campos de concentração nazis, incluindo Buchenwald e Bergen-Belsen.

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