"Matei-as com as minhas próprias mãos": Dois ex-militares do Grupo Wagner revelam ter morto crianças e adolescentes na Ucrânia
Ex-combatentes contam pormenores sobre os assassinatos de vários ucranianos.
Azmat Uldarov e Alexey Savichev, dois ex-membros da milícia paramilitar russa Grupo Wagner confessaram ter morto mais de 20 crianças e adolescentes ucranianos em Bakhmut e na região de Donetsk, na Ucrânia. A revelação foi feita num vídeo de cerca de uma hora publicado por uma organização de direitos humanos russa e citado pelo site de notícias norte-americano Politico
No vídeo, os ex-combatentes contam pormenores sobre os assassinatos de vários ucranianos, tais como fazerem explodir fossos com mais de 50 prisioneiros de guerra e até matarem os próprios compatriotas que recusavam continuar com a invasão.
De acordo com os relatos, estas situações aconteceram em Soledar, na região de Donetsk e em Bakhmut, na Ucrânia, em fevereiro deste ano.
Os dois militares revelaram também que o Grupo Wagner matou dezenas de civis para liberarem edifícios residenciais em Bakhmut e Soledar. Azmat Uldarov e Alexey Savichev afirmaram ainda que Yevgeny Prigozhin, o líder do grupo Wagner, deu pessoalmente ordens para tiroteios e assassinatos.
Os dois ex-membros apresentaram como motivo para estarem a revelar estes acontecimentos "as condições desumanas e a tortura que tiveram de suportar" e querem "dizer a verdade sobre os crimes do Grupo Wagner na Ucrânia contra os ucranianos e mesmo contra os próprios recrutas".
"Matei crianças com as minhas próprias mãos. Ao entrarmos em Soledar e Bakhmut, recebemos a ordem para matar toda a gente. Homens, mulheres, crianças, idosos. Ela gritava, uma menina, não sabia se tinha 5 ou 6 anos. E eu matei-a. Um tiro na cabeça", disse Uldarov no vídeo.
Yevgeny Prigozhin negou que os militares do Grupo Wagner alguma vez matassem crianças ou civis. Após a revelação deste vídeo, os antigos combatentes começaram a receber ameaças, diz o Politico
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