Número de refugiados ucranianos aproxima-se dos 5,2 milhões, diz Alto Comissariado das Nações Unidas
Cerca de 23 mil refugiados ucranianos fugiram do país nas últimas 24 horas.
Cerca de 23.000 refugiados ucranianos fugiram nas últimas 24 horas do país, invadido há dois meses por tropas russas, aproximando-se dos 5,2 milhões o total de deslocados, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
De acordo com números este domingo parcialmente atualizados pelo ACNUR, 5.186.744 ucranianos deixaram seu país desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, mais 23.058 do que o total avançado no sábado.
"Hoje, pensamos em todos os que celebram a Páscoa ortodoxa. Para os que estão na Ucrânia e para os que foram forçados a fugir do país, este será mais um dia de medo, angústia, perda e separação de entes queridos, pois a guerra continua, sem tréguas. Que a força e a coragem estejam com eles", twitou hoje o Alto Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Refugiados, Filippo Grandi.
Desde o início de abril, pouco mais de 1.151.000 ucranianos fugiram do país, muito menos do que os 3,4 milhões que optaram por sair durante o mês de março.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM), também ligada às Nações Unidas, indicou que mais de 218.000 não ucranianos, principalmente estudantes e trabalhadores migrantes, também saíram da Ucrânia para países vizinhos, o que significa que mais de 5,25 milhões de pessoas, no total, fugiram do país desde o início da guerra.
Mulheres e crianças representam 90% destes refugiados, já que os homens com idades entre os 18 e os 60 anos, passíveis de serem mobilizados, não podem sair do país.
Quase dois terços das crianças ucranianas tiveram de fugir das suas casas, incluindo aquelas que ainda estão no país.
Segundo a OIM, mais de 7,7 milhões de pessoas deixaram as suas casas, mas ainda continuam na Ucrânia.
Antes da invasão russa, a Ucrânia tinha uma população de 37 milhões de pessoas nas regiões sob controlo do seu Governo. Este número exclui a Crimeia (sul), anexada em 2014 pela Rússia, e as regiões orientais controladas por separatistas pró-russos.
Perto de seis em cada 10 refugiados ucranianos (2.899.713 em 23 de abril) fugiram para a Polónia, que abriga, de longe, o maior número, embora alguns vão para outros países europeus.
Em sentido inverso, e segundo dados das autoridades de fronteira polacas, mais de 800.000 pessoas cruzaram a fronteira polaca para entrar na Ucrânia - homens ucranianos para se juntarem ao exército ou moradores de regresso a casa.
Antes da guerra, cerca de 1,5 milhões de ucranianos viviam na Polónia, a maioria dos quais trabalhadores migrantes.
Até à passada sexta-feira, um total de 774.074 ucranianos deixaram seu país para entrar na Roménia, muitos dos quais chegaram pela Moldávia, localizada entre a Roménia e a Ucrânia. A maioria seguiu viagem para outros países.
Por sua vez, o número de refugiados na Rússia era de 578.255 na passada quinta-feira, dia 21, data em que foi feita a última atualização.
O ACNUR refere também que, entre 18 e 23 de fevereiro, 105.000 pessoas cruzaram os territórios separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk (no leste da Ucrânia) para a Rússia.
Quanto ao total de refugiados ucranianos que entraram na Hungria, até sábado ascendia a 489.754, enquanto à Moldávia (uma ex-república soviética cuja fronteira é a mais próxima do principal porto ucraniano, de Odessa), chegaram 433.214 ucranianos até essa data, tendo a maioria continuado viagem para outros países.
Dados de sábado do ACNUR apontam ainda que um total de 354.329 refugiados fugiram da Ucrânia para a Eslováquia desde o início da guerra e que, até à passada quinta-feira, dia 21, 24.084 ucranianos encontraram refúgio na Bielorrússia, um aliado próximo da Rússia.
O ACNUR especifica que, para os países que fazem fronteira com a Ucrânia e que fazem parte do espaço Schengen (Hungria, Polónia, Eslováquia), os números apresentados pelo Alto Comissariado contabilizam os refugiados que cruzaram a fronteira e entraram no país, estimando-se "que um grande número de pessoas continuou a caminho de outros países".
Segundo a organização, não são contabilizadas as pessoas originárias de países vizinhos que saem da Ucrânia para regressar à nação de origem.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
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