Polónia abate drones russos e chama países da NATO
Nato diz a Putin que não fará concessões à segurança dos aliados.
A entrada de drones russos no espaço aéreo da Polónia deixou em alerta máximo a Europa e os países que integram a Aliança Atlântica. Foram, pelo menos, sete aeronaves não tripuladas, carregadas de explosivos, e um míssil abatidos pela defesa polaca e mobilizaram de imediato as forças de Varsóvia e dos seus parceiros da União Europeia e da NATO. Moscovo fala num equívoco e alega que os drones eram ucranianos. “Sabemos uma coisa - estes drones estavam a voar da direção da Ucrânia”, disse o encarregado de negócios da Rússia em Varsóvia, Andrei Ordash. Mas, para a Polónia, não há dúvidas: os drones hostis eram russos, o que levou o país a pedir que fosse acionado o artigo 4.º do Tratado da NATO, que prevê consultas entre todos perante ameaças à segurança de um dos Estados-membros. Mesmo antes deste pedido, o secretário-geral da Aliança deixou claro que organização vai “defender cada centímetro” do território dos seus membros. “Para Putin, a minha mensagem é clara. Parem a guerra na Ucrânia. Parem de violar o espaço aéreo dos aliados. E saibam que estamos prontos, que estamos vigilantes e que vamos defender cada centímetro do território da NATO”, disse Mark Rutte. “Peço à Rússia que ponha fim a esta corrida precipitada (...) Não faremos concessões à segurança dos Aliados”, advertiu.
Mapa com Polónia, Rússia e Ucrânia, destacando Varsóvia, Moscovo e Kiev.
“Inaceitável” e “violação grave” do espaço aéreo da UE, foram as reações mais escutadas por parte dos países aliados. A Rússia insiste que quer ver para crer. “Consideramos que as acusações são infundadas. Não foram apresentadas provas de que estes drones são de origem russa”, insistiu Andrei Ordash. Palavras que não convenceram Kestutis Budrys, o chefe da diplomacia lituana, um dos mais críticos da situação. “Ninguém está seguro aqui, ninguém está seguro na região, ninguém está seguro na Europa e dentro da aliança, porque esses incidentes estão muito próximos das situações em que tudo vai escalar”, disse Budrys. Do outro lado do Atlântico, Trump diz que está a acompanhar a situação e que falará com o seu homólogo polaco logo que tenha na sua posse o relatório completo do que se passou.
Também a Bielorrússia, aliada de Moscovo, garante ter abatido alguns drones, que se terão desviado dos alvos por interferências eletrónicas. Não esclareceu, contudo, de onde vinham e para onde iam, apenas que alertou a Polónia e a Lituânia da sua aproximação.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt