Republicano diz que Kiev pode derrotar Moscovo e pede mais sanções

Turner sublinhou que o Presidente Donald Trump tem razão e que a Ucrânia pode ter sucesso na reconquista de territórios à Rússia "com o apoio adequado".

27 de setembro de 2025 às 00:09
Michael Turner Foto: AP
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O republicano que liderou a delegação do Congresso norte-americano à Ucrânia manifestou-se esta sexta-feira mais otimista de que Kiev possa ter sucesso na guerra contra a Rússia com o apoio adequado dos Estados Unidos e outros aliados.

O congressista Michael Turner, do Ohio, membro do Comité de Serviços Armados da Câmara dos Representantes que liderou a delegação bipartidária à Ucrânia, Polónia e Alemanha, instou o presidente da câmara baixa, Mike Johnson, a votar rapidamente um projeto de lei de sanções amplamente apoiado.

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A medida pretende impor tarifas elevadas aos países que compram petróleo, gás e outras exportações à Rússia como forma de conter a entrada de divisas que alimenta a produção industrial e a máquina de guerra de Moscovo.

Turner sublinhou que o Presidente Donald Trump tem razão e que a Ucrânia pode ter sucesso na reconquista de territórios à Rússia "com o apoio adequado".

"E Esta é a ressalva. O que vemos na Ucrânia é que isto é realmente uma questão de matemática", apontou Turner numa conferência de imprensa em Washington.

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"A economia russa está a permitir-lhes produzir armas de guerra, e essas armas estão a resultar no mortífero campo de batalha na Ucrânia", acrescentou, instando ao 'corte' da "torneira da economia russa".

A forte pressão de um congressista republicano sénior dá um novo impulso ao projeto de lei sobre sanções, que está parado há meses no Capitólio, aguardando luz verde da administração Trump, apesar do seu amplo apoio.

Quase todos os senadores e muitos membros da Câmara dos Representantes assinaram o projeto, um raro consenso bipartidário no Congresso dos EUA.

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O projeto de lei impõe o que os legisladores dizem ser sanções esmagadoras, com tarifas de até 500% sobre produtos de países como a China e a Índia, que compram petróleo, gás e outras exportações à Rússia.

Líderes ocidentais opuseram-se à medida, incluindo o húngaro Viktor Orban, que afirmou esta sexta-feira que interromper o fornecimento de energia à Rússia seria um "desastre" para a economia do seu próprio país.

Turner sublinhou ainda que a visão da Ucrânia era muito diferente de um 'briefing' recente das Forças Armadas que recebeu em Washington, que era "muito mais terrível".

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"Tendo estado na Ucrânia, é claro que o engenho ucraniano, a sua resiliência, a sua tenacidade estão a manter-se, e que a Rússia não está a ter sucesso", frisou.

Na carta a Johnson, Turner deixou ainda claro que acredita que Putin não se limitará à Ucrânia.

"O que testemunhei deixou claro que a guerra da Rússia não se limita à Ucrânia --- é uma ameaça direta à própria NATO", escreveu ao presidente da câmara baixa.

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Turner afirmou que as recentes incursões de drones russos no espaço aéreo polaco e romeno não são acidentes, mas provocações calculadas que atingem o território da NATO e a segurança europeia.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com 'drones' (aeronaves não-tripuladas), alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

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