Inspetores da AIEA posicionados na central detetaram 22 aeronaves não tripuladas.
Um drone foi abatido a cerca de 800 metros do perímetro da Central Nuclear do Sul da Ucrânia, localizada a cerca de 350 quilómetros de Kiev, revelou esta quinta-feira o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi.
Os inspetores da AIEA posicionados na central perto da cidade de Pivdennoukrainsk detetaram 22 aeronaves não tripuladas em redor da central, algumas destas a apenas meio quilómetro das instalações nucleares.
De acordo com Grossi, este incidente realça mais uma vez os riscos constantes para a segurança nuclear no meio de um conflito militar, referindo-se à invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.
A central do sul é uma das três centrais nucleares em funcionamento na Ucrânia, e os seus três reatores estão atualmente a operar em plena capacidade.
Os inspetores da AIEA ouviram tiros e explosões por volta das 01:00 desta quinta-feira (23:00 de quarta-feira em Lisboa).
De manhã, especialistas da agência nuclear da ONU visitaram a zona onde um dos drones caiu e repararam numa cratera de quatro metros quadrados e um metro de profundidade.
Várias estruturas metálicas foram danificadas por estilhaços, e os vidros de alguns veículos estacionados perto do local foram estilhaçados.
Uma linha de energia regional de 150 quilovolts, não ligada à central, foi danificada durante o incidente.
"Mais uma vez, os drones estão a voar demasiado perto das centrais nucleares, colocando a segurança nuclear em risco. Felizmente, o incidente da noite passada não causou danos. Da próxima vez, poderemos não ter tanta sorte", alertou Grossi, citado na nota da AIEA.
A AIEA alertou ainda que este incidente ocorreu apenas cerca de 30 horas após a Central Nuclear de Zaporijia (ZNPP), no sudeste da Ucrânia, ter "sofrido a sua décima perda completa de energia externa (LOOP) durante o conflito".
"A ZNPP está sem energia externa há mais de 48 horas, sendo o mais longo dos dez eventos LOOP completos da central. Atualmente, depende de geradores a diesel de emergência para a eletricidade necessária para arrefecer os seus seis reatores desligados e outras funções essenciais de segurança nuclear", pode ler-se.
A agência da ONU sublinhou que durante mais de quatro meses, a ZNPP, ocupada pela Rússia desde março de 2022, dependeu de uma única linha de energia para energia externa, em comparação com dez linhas antes do conflito.
"Esta única linha de energia restante foi danificada a cerca de 1,5 km da ZNPP devido a atividades militares e desligada às 16:56 de terça-feira (14:56 em Lisboa), de acordo com informações da central. A equipa da AIEA sediada na ZNPP ainda não conseguiu visitar a linha danificada devido à situação militar", revelou a AIEA.
A ZNPP informou que dispõe das peças de substituição e do pessoal necessários para reparar a linha assim que a situação militar o permita, enquanto a Ucrânia também manifestou disponibilidade para reparar os danos, acrescentou a mesma fonte.
"Continuo a exortar ambos os lados a demonstrarem a máxima contenção militar em torno de todas as principais instalações nucleares", alertou o diretor-geral da AIEA, que visitou esta sexta-feira Moscovo.
Grossi sublinhou que manteve um "intercâmbio oportuno e importante com o Presidente russo, [Vladimir] Putin, sobre energia nuclear, não proliferação e desafios de segurança e proteção nuclear".
"Agradecemos o apoio ao trabalho imparcial e profissional da AIEA", vincou ainda na rede social X.
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