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Rússia nega responsabilidade em incidentes com drones na Dinamarca

"É evidente que os incidentes envolvendo perturbações relatadas nos aeroportos dinamarqueses são uma provocação orquestrada", escreveu a embaixada.

25 de setembro de 2025 às 14:17

A embaixada da Rússia em Copenhaga negou esta quinta-feira qualquer envolvimento no sobrevoo de drones sobre aeroportos civis e militares na Dinamarca na noite de quarta-feira, que descreveu como "uma provocação orquestrada".

"É evidente que os incidentes envolvendo perturbações relatadas nos aeroportos dinamarqueses são uma provocação orquestrada", escreveu a embaixada nas redes sociais.

"A parte russa rejeita veementemente as especulações absurdas sobre o seu envolvimento nesses incidentes", acrescentou num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A polícia dinamarquesa disse esta quinta-feira que drones sobrevoaram vários aeroportos dinamarqueses e obrigaram ao encerramento do espaço aéreo durante parte da noite.

O Governo dinamarquês classificou o mais recente incidente como uma "ameaça híbrida".

"Não parece certamente uma coincidência. Pelo contrário, parece sistemático", disse o ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, durante uma conferência de imprensa em Copenhaga.

Poulsen responsabilizou "um ator profissional" ainda não identificado pelos incidentes.

O chefe do exército dinamarquês, Michael Hyldgaard, disse que as aeronaves teleguiadas não foram abatidas "no interesse e na segurança da população".

O ministro da Justiça, Peter Hummelgaard, também presente no encontro com os jornalistas, disse que "os ataques dos últimos dias fazem parte de uma série de acontecimentos muito preocupantes na Europa".

Segundo Hummelgaard, o objetivo é "provocar o medo" nos países europeus.

"A ameaça dos ataques híbridos veio para ficar", afirmou o ministro da Justiça dinamarquês.

"Novas capacidades devem ser desenvolvidas para detetar e neutralizar os drones. Precisamos de ser melhores do que somos hoje", acrescentou, citado pela imprensa local.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Fredriksen, descreveu o incidente como um "grave ataque" às infraestruturas do país nórdico e falou esta quinta-feira ao telefone com o secretário-geral da NATO.

Mark Rutte comunicou que a Aliança Atlântica vai colaborar com a Dinamarca para garantir a segurança do país após os incidentes com drones.

Rutte insistiu que a NATO "leva muito a sério" a crise com os drones, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.

"Os aliados da NATO e a Dinamarca estão a colaborar para garantir a segurança das nossas infraestruturas críticas", afirmou o ex-primeiro-ministro neerlandês.

Em Berlim, o ministro do Interior alemão, Alexander Dobrindt, disse esta quinta-feira que a Alemanha terá de investir na defesa face à crescente ameaça representada pelos drones.

"Estamos numa corrida armamentista entre a ameaça dos drones e a defesa contra drones", afirmou no parlamento, durante o debate geral sobre o orçamento para 2026.

"Somos alvo de sabotagem e espionagem, e estamos a reforçar a nossa capacidade de resposta contra estas ameaças híbridas", acrescentou, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Na Noruega, a polícia apreendeu na quarta-feira um drone operado por um estrangeiro nas imediações do aeroporto internacional de Oslo.

O aparelho estava a ser pilotado numa zona de exclusão aérea, sem impacto no tráfego.

O indivíduo, cuja nacionalidade não foi revelada, não foi detido, mas será interrogado, segundo a polícia.

Na noite de segunda para terça-feira, o tráfego aéreo em Oslo foi suspenso durante cerca de três horas devido ao avistamento de luzes suspeitas no céu, ainda sob investigação.

As autoridades escandinavas não estabeleceram, até ao momento, qualquer ligação entre os diferentes episódios.

Os incidentes vão ser discutidos na sexta-feira numa reunião da Comissão Europeia com países da União Europeia (UE) na linha da frente na guerra da Ucrânia, anunciou esta quinta-feira a porta-voz para a Soberania Tecnológica, Thomas Regnier.

Participam na reunião os sete países na linha da frente -- Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, Finlândia, Roménia e Bulgária --, bem como Eslováquia, Dinamarca e Ucrânia pela experiência prática contra drones russos.

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