Rússia e Ucrânia lutam para ganhar vantagem antes do cessar-fogo

Numa altura em que decorrem encontros com vista a um cessar-fogo de 30 dias, Ucrânia e Rússia continuam os combates no terreno, por forma a chegar em vantagem à mesa das negociações. A noite desta sexta-feira não foi diferentes das anteriores, com Moscovo e Kiev a darem conta do poder de fogo da sua defesa aérea. A Rússia diz que abateu quatro drones que tinham como alvo a capital. Os destroços de um dos aparelhos caíram num estaleiro de construção. Num outro caso atingiram um prédio, ainda não habitado. Mas nem todos os drones disparados esta sexta-feira pela Ucrânia foram intercetados. Há relatos de um incêndio num depósito de petróleo, e danos num depósito de mísseis e em instalações de compressão de gás, em diferentes regiões. Do lado ucraniano foram abatidos 16 de 27 drones lançados pela Rússia. Pelo menos sete pessoas, entre elas quatro crianças, ficaram feridas num dos ataques, em Kharkiv. Foram ouvidas várias explosões nesta região, tendo deflagrado um grande incêndio num edifício industrial e num hospital, em Zolochiv.

A caminho da Casa Branca está a proposta do Kremlin com as exigências russas para um cessar-fogo de 30 dias. Garantir que a Ucrânia não aproveita o período de tréguas para se rearmar e mobilizar mais tropas, e procurar um acordo que tenha como objetivo uma paz duradoura, são duas das condições impostas por Moscovo. Preocupações que dominaram a conversa entre Trump e Putin, quinta à noite. “Há boas hipóteses desta guerra horrível e sangrenta chegar ao fim. Mas, neste momento, milhares de tropas ucranianas estão completamente cercadas pelos militares russos [em Kursk] e numa posição muito vulnerável. Pedi muito ao Presidente Putin que as suas vidas sejam poupadas. Este seria um massacre horrível, um que não se via desde a Segunda Guerra Mundial. Deus abençoe a todos!”, escreveu Trump na sua rede social, a Truth Social.

Orçamento da UE

O presidente do Conselho Europeu quer discutir os próximos passos na Defesa e o novo orçamento da União Europeia a longo prazo, na cimeira europeia da próxima quinta-feira. António Costa espera “realizar a reunião num só dia”, mas não exclui a possibilidade de o encontro se “prolongar pela manhã de sexta-feira”.

Rearmamento

O primeiro-ministro húngaro voltou a rejeitar ontem a proposta sobre a emissão de dívida conjunta da UE para financiar o rearmamento do bloco europeu. “A Hungria não concorda que os países da UE venham a contrair empréstimos conjuntos. A Hungria não participa nisso”, disse Viktor Orbán. Defende que a UE contribua para um fundo europeu.