Sérvia prolonga contrato de gás com a Rússia até final de março
País importa a maior parte do gás que consome.
O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, anunciou, esta terça-feira, que a Sérvia chegou a um acordo com a Rússia para prolongar até 31 de março o contrato de fornecimento de gás natural, que assegura 80% da procura interna.
"As pessoas podem estar tranquilas e dormir descansadas: a Sérvia terá eletricidade e gás suficiente para o próximo inverno", garantiu Vucic numa conferência de imprensa em Belgrado, sem divulgar detalhes adicionais sobre os termos do acordo com a empresa russa Gazprom.
Segundo dados da Agência Sérvia de Energia, a Sérvia importa a maior parte do gás que consome.
Em 2024, apenas 6,7% das necessidades foram supridas por produção interna e dos cerca de 2,8 mil milhões de metros cúbicos consumidos nesse ano, aproximadamente 80% tiveram origem russa e cerca de 14% foram fornecidos pelo Azerbaijão.
Há dois meses, Vucic informou que, pela primeira vez, a Gazprom se recusou a assinar uma prorrogação de longo prazo do contrato, aceitando apenas estendê-lo até 31 de dezembro.
Na altura, o Presidente sérvio sugeriu que a posição russa visava pressionar Belgrado a não nacionalizar a empresa petrolífera NIS, maioritariamente controlada pela Gazprom e sujeita a sanções dos Estados Unidos desde outubro.
Washington deu à Sérvia até 13 de fevereiro para que a NIS se desfaça da sua participação russa.
De acordo com Vucic, Moscovo estará a negociar com a empresa húngara MOL a eventual venda da posição maioritária russa na NIS.
Apesar de ser um país candidato à adesão à União Europeia, a Sérvia mantém relações estreitas com Moscovo e tem recusado aderir às sanções impostas pelos 27 Estados-membros à Rússia devido à invasão da Ucrânia.
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