Voluntários na fronteira tentam "ajudar quem está a sofrer” na fuga à guerra

Mais de 67 mil cidadãos vindos da Ucrânia entraram em solo romeno nos últimos dias.

01 de março de 2022 às 10:08
Refugiados ucranianos à chegada à fronteira em Siret, na Roménia Foto: Reuters
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Duas mulheres, mãe e filha, empurram três malas e um carrinho com dois bebés. Depois de dois dias, a pé, em Porubne (Ucrânia), passam a fronteira e param mal pisam território de Siret (Roménia). Não conseguem conter as lágrimas. Deixam tudo para trás, incluindo os maridos. Recebem bolachas e chá de uma voluntária, também ela com medo e revolta. "Um amigo meu está naquele lado, a uns bons quilómetros, a lutar no meio das bombas. A Ucrânia está a travar um combate por todos nós, europeus. E aqui tentamos ajudar quem está a sofrer, mas não desiste", afirma.

Em Siret, há tendas onde 190 dormiram de domingo para segunda-feira e bancas cheias de comida e bebidas. Centenas são transportados para hotéis, igrejas e casas particulares de Suceava, a 30 minutos da fronteira. Alia, da Tanzânia, viveu três anos em Kiev. Passou a fronteira e foi acolhida no Hotel Mandachi, que transformou o salão em acolhimento para refugiados. "Vou voltar ao meu país, que é mais seguro, mas espero o melhor para a Ucrânia, que também é a minha casa."

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Até esta segunda-feira de manhã, 67 mil cidadãos vindos da Ucrânia entraram em solo romeno. "Quando vemos novamente a guerra na Europa, quando vemos a agressão de Putin a um país vizinho soberano, ver como os romenos acolhem calorosamente os refugiados é emocionante", disse Ylva Johansson, comissária europeia dos Assuntos Internos, que esta segunda-feira visitou a fronteira em Siret.

Centro de recolha de bens para a Ucrânia nos Bombeiros de Mirandela

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Em Mirandela, a palavra de ordem é "ajudar" a Ucrânia. "Não podia ficar indiferente, até porque conheço imigrantes ucranianos aqui em Mirandela e por isso lancei um desafio à câmara municipal para dar apoio a um centro de recolha de bens", explicou ao CM Hugo Rodrigues, mentor da iniciativa. "Não pensamos duas vezes em fazer o bem", diz Júlia Rodrigues, presidente da Câmara de Mirandela. O centro de recolha está nos bombeiros até amanhã. Na quinta-feira, os bens recolhidos serão entregues em Vila Nova de Gaia para seguirem para a Ucrânia.

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