Todos os homens, dos 18 aos 60, têm que ficar em território nacional para eventuais necessidades militares.
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Com o Estado de Emergência decretado na Ucrânia, e a lei marcial em vigor, devido à invasão da Rússia ao país, todos os homens ucranianos, entre os 18 e os 60 anos, estão proibidos de sair do país, perante a eventual necessidade de serem chamados para combater na frente de guerra. Esta realidade está a manifestar-se num drama nas fronteiras: centenas de mulheres veem-se sozinhas com os filhos a fugir do conflito, sendo obrigadas a deixar os maridos para trás.
Carregada com malas, mochilas, e com a filha mais velha pela mãe, Mariana empurra a grande custo o filho no carrinho. Tem 29 anos e está a fugir em direção à Eslováquia, onde a família será acolhida por amigos.
Para trás, ficou o marido. "Tem sido tudo muito difícil. Há muitas explosões, tanques. É tudo assustador".
Mariana é apenas uma das muitas mulheres que fazem o percurso carregadas com o pouco que conseguiram salvar, com os filhos pequenos pela mãe. Sozinhas.
"Por causa da lei marcial, todos ficam com obrigatoriedade de lutar pelo país. Pela paz, para prevenir os ataques de forças inimigas, para que tudo fique bem. Nós e as crianças tivemos que abandonar a Ucrânia", conta entre lágrimas e soluços a mulher.
Já na fronteira com a Roménia, outro caso semelhante, também relatado pela Reuters. Juliana fugiu com a filha bebé e o marido ficou para trás, a lutar pelo país que os viu nascer. "Sou da parte oeste, por isso é provável que a situação esteja melhor do que no centro ou a leste. Nós não acreditamos no Putin. Temos a nossa filha pequena, e tivemos medo. Eu tenho medo. O meu marido ficou lá, na Ucrânia. Nós vamos lutar e resistir, mesmo que a Europa não nos ajude", afirma confiante a refugiada.
A Hungria é outro país a que recorrem milhares de refugiados que fogem da Ucrânia. Uma mulher chora sentada no passeio após passar a fronteira. É o alívio e o desespero. Fugiu de Berehove com a filha menor. Mas deixou para trás a casa, o marido e o filho, de 17 anos. O jovem e o pai quiseram permanecer na Ucrânia para "defenderem o país".
"Tenho um filho que vive aqui [na Hungria] e disse-me logo ‘Mãe, arruma tudo e venham para cá’. E o meu filho mais novo disse logo que não, que não ia. Disse-me que se tivesse que morrer, ao menos que morresse em Berehove. E só tem 17 aninhos", diz a mãe sem conseguir conter as lágrimas.
São ainda destino destas famílias divididas a Polónia ou a Eslováquia, territórios que se têm mostrado abertos a receber refugiados ucranianos. Antes da lei marcial entrar em vigor, as autoridades estimam que cerca de 100 mil homens tenham saídos do país.
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