Zelensky faz ultimato à Rússia

O presidente ucraniano fez um ultimato: a Rússia tem até segunda-feira, para demonstrar disponibilidade para participar numa reunião bilateral sobre o fim da invasão da Ucrânia.

O prazo foi imposto por Volodomyr Zelensky e pelos seus aliados. “O governo ucraniano e os seus aliados, concordaram esperar até 1 de setembro para que a Rússia demonstre genuína disposição e prontidão para participar de uma reunião bilateral que ponha fim à invasão da Ucrânia”, revelou Zelensky, citado pelo ‘The Guardian’.

Por sua vez, a Rússia admite um encontro entre os dois presidentes, desde que seja bem preparado, ou seja, que já esteja tudo acordado, de forma a que seja apenas necessário assinar o acordo.

“Putin não descarta a possibilidade de realizar a reunião, mas defende que qualquer encontro de mais alto nível deva ser bem preparado a fim de finalizar o trabalho que deve ser feito preliminarmente por especialistas”, disse o porta-voz do Kremlin.

Enquanto Zelensky diz estar disposto a reunir-se com Putin, sob a condição de que haja antes, um cessar-fogo para que as negociações ocorram, a Rússia afirma que prefere ir diretamente para um acordo de paz.

Para Moscovo, o acordo, que tal como Donald Trump já tinha referido, implicará sempre a cedência de território, mas que, segundo o chefe da diplomacia turca, poderá ser menos do que aquele que as forças de Moscovo conquistaram.

Moscovo insistia na anexação de cinco regiões - as de Donetsk e Lugansk (leste), que formam o Donbass, que não controla totalmente, além de Kherson e Zaporijia (sul), bem como a Crimeia, conquistada em 2014 -, mas agora os russos “renunciaram a esta exigência”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco. Segundo Hakan Fidan, existe atualmente “um acordo preliminar” sobre a devolução de 25 a 30% da região de Donetsk e a “manutenção das linhas de contacto nas regiões de Zaporijia e Kherson”.

Estes desenvolvimentos do conflito no campo diplomático surgem após o maior ataque russo levado a cabo em Kiev, com centenas de drones e dezenas de mísseis, que provocaram a morte de pelo menos 23 pessoas e deixaram mais de 30 feridos, havendo ainda notícias de vários desaparecidos.

UE com Ucrânia

O saldo comercial europeu com a Ucrânia atingiu um máximo histórico de 6,4 mil milhões de euros em excedente, segundo o Eurostat. O mesmo relatório revela ainda que se intensificou a dependência europeia dos produtos agrícolas e florestais ucranianos.

Defesa

A França e a Alemanha vão reforçar o fornecimento de sistemas de defesa antiaérea à Ucrânia, após os mais recentes ataques russos. A decisão foi anunciada num comunicado conjunto de Emmanuel Macron e Friedrich Merz, segundo a Sky News.