Zelensky garante que Kiev não vai ceder territórios
Vladimir Putin avisa que ficará com todo o Donbass, a bem ou a mal.
O plano de paz elaborado, em conjunto, pela Ucrânia e os aliados europeus dificilmente será aprovado pelos Estados Unidos e muito menos por Moscovo. Em causa está, sobretudo, o facto de Kiev não querer ceder território, numa altura em que a Rússia ocupa cerca de 20% do país e de Vladimir Putin ter avisado que não abdica do controlo total do Donbass, a bem ou a mal: “A Rússia libertará o Donbass, por meios militares ou outros
”O plano de paz proposto pelos EUA contemplava a perda de território por parte de Kiev, mas, aparentemente, é um ponto inegociável para Zelensky e os parceiros europeus. “A Rússia insiste para que cedamos territórios. Não queremos ceder nada. É por isso que estamos a lutar”, diz o Presidente ucraniano.
Para Donald Trump, a questão é simples: “A Rússia está em vantagem. E sempre esteve. É muito maior e mais forte [em termos militares]. Dou um enorme crédito ao povo e às Forças Armadas da Ucrânia pela coragem e pela luta. Mas, no fim, o tamanho vai prevalecer - e esta é uma grande diferença de tamanho”, diz o líder da Casa Branca, que insiste na necessidade de Zelensky “ler o plano” proposto pela administração norte-americana. Mas Donald Trump vai mais longe e alega que é hora de os ucranianos irem às urnas. “Acho que é um momento importante para realizar eleições. Eles estão a usar a guerra para não realizar eleições, mas acho que o povo ucraniano deveria ter essa escolha. Eles falam de democracia, mas chega a um ponto em que deixa de ser democracia”, afirmou. Sem a lei marcial, as presidenciais ucranianas teriam decorrido em março de 2024.
Por tudo isto, a que acrescem divergências profundas entre americanos e europeus sobre a resolução do conflito, é improvável que o plano de paz ucraniano tenha sucesso, ainda que haja alguns pontos de convergência. Tanto o plano dos EUA como o da Ucrânia preveem garantias sólidas de segurança, assim como a disponibilização de meios financeiros para a reconstrução do país. A este propósito, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, exige “ação urgente” dos líderes da UE para apoiar financeiramente a Ucrânia nos próximos dois anos. Estima-se que as necessidades do país rondem os 137 mil milhões de euros. A questão será discutida numa cimeira de chefes de Estado e de Governo dos 27 nos próximos dias 18 e 19 deste mês.
Fora de hipótese está a entrada do país na NATO.
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