Presidente da Comissão Europeia acusa Putin de estar a executar um "cerco frio, insensível e calculado".
A presidente da Comissão Europeia acusou esta quarta-feira o Presidente russo de estar a executar um "cerco frio, insensível e calculado" aos países mais vulneráveis do mundo, afirmando que "os alimentos se tornaram parte do arsenal de terror do Kremlin".
Num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre os resultados do Conselho Europeu extraordinário celebrado na semana passada em Bruxelas, no qual os 27 acordaram o sexto pacote de sanções à Rússia e abordaram a insegurança alimentar à escala global no quadro da guerra na Ucrânia, Ursula von der Leyen acusou Vladimir Putin de estar a utilizar a fome como uma arma e de recorrer à desinformação para tentar responsabilizar a União Europeia e as sanções impostas à Rússia pela situação atual.
"A invasão russa da Ucrânia tem consequências em todo o mundo, e não se trata apenas do seu impacto sobre a economia, a geopolítica ou a arquitetura de segurança. Trata-se da vida e da subsistência de milhões de pessoas em todo o mundo [...] Os números são muito claros: só este ano, é provável que cerca de 275 milhões de pessoas estejam em elevado risco de insegurança alimentar em todo o mundo", apontou Von der Leyen.
Reconhecendo que há "uma colisão de crises", com vários fatores a agravarem o quadro geral, a dirigente alemã defendeu, no entanto, que, "quer sejam cíclicos ou estruturais, todos estes impactos têm uma coisa em comum: são massivamente e deliberadamente agravado pelas ações de Putin".
Von der Leyen acusou então o Kremlin de também estar a utilizar a insegurança alimentar como uma arma, observando que essa "é a única forma de descrever os bombardeamentos, pela Rússia, das instalações de armazenamento de cereais e o bloqueio nos portos ucranianos -- em alguns casos até roubo - de cerca de 20 milhões de toneladas de cereais atualmente retido na Ucrânia".
"E é nosso dever desmantelar a desinformação russa. Sejamos muito claros: enquanto a Rússia utiliza ativamente a fome como uma arma, as sanções da UE (União Europeia) são cuidadosamente concebidas de modo a evitar um impacto negativo e contemplam uma isenção clara para os produtos alimentares", disse.
"As nossas sanções não tocam em produtos alimentares básicos, não afetam o comércio de cereais, ou outros alimentos, entre a Rússia e países terceiros. E o embargo portuário inclui especificamente isenções totais para os produtos agrícolas. Assim, vamos cingir-nos à verdade: esta crise alimentar é alimentada pela guerra de agressão de Putin", acrescentou.
A presidente da Comissão garantiu que a UE está a "trabalhar arduamente para fornecer uma forma alternativa de garantir que o cereal bloqueado na Ucrânia entre no mercado o mais rapidamente possível", mas admitiu que "o mundo precisa dos portos do Mar Negro", pois essa é a única forma de escoar a tempo os cereais, agradecendo às Nações Unidas os esforços que está a desenvolver para tentar desbloquear a situação.
Admitindo que a UE também tem um dever de solidariedade, Von der Leyen disse ser fundamental prestar apoio aos países mais ameaçados e indicou que o bloco europeu está a investir "um montante adicional de 225 milhões de euros para fazer face, a curto e médio prazo, às necessidades dos parceiros da vizinhança do sul".
Por esta razão, Von der Leyen vai deslocar-se na próxima semana ao Egito, para discutir com o Presidente Al-Sissi as melhores formas de orientar o apoio europeu para a região.
Também o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, acusou a Rússia de estar a utilizar o bloqueio de cereais e de outros produtos agrícolas como arma de guerra, e de o fazer sob "uma nuvem de mentiras, ao estilo soviético".
"São navios e mísseis russos que estão a bloquear exportações de cereais, e são tanques, bombas e minas russas que impedem a Ucrânia de proceder a cultivos. Sejamos claros: não há sanções da UE contra produtos agrícolas, e digo a todos os países afetados por esta crise: não se deixem enganar pela propaganda do Kremlin, não se deixem instrumentalizar pela Rússia", declarou.
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