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António Guterres saúda regresso russo a acordo de cereais e tentará prolongá-lo

Rússia anunciou a reativação do acordo, depois de as autoridades ucranianas lhe terem feito chegar garantia não utilizará o corredor de exportação de cereais para fins militares.

02 de novembro de 2022 às 17:46

O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou esta quarta-feira a decisão russa de reativar o acordo para a exportação de cereais a partir da Ucrânia, afirmando que se esforçará por prorrogá-lo além do prazo de 19 de novembro.

Através do seu porta-voz, Guterres agradeceu os esforços diplomáticos da Turquia, que fez a mediação entre Moscovo e Kiev para a manutenção deste pacto, depois de o Governo russo ter suspendido a sua participação nele em resposta a um ataque com 'drones' (veículos aéreos não-tripulados) à sua frota militar em Sebastopol, no sábado passado.

Quarta-feira, a Rússia anunciou a reativação do acordo, depois de as autoridades ucranianas lhe terem feito chegar garantias, através da ONU e de Ancara, de que Kiev não utilizará o corredor de exportação de cereais para fins militares.

Tal permitirá retomar as partidas dos navios carregados de cereais, no âmbito deste regime acordado em julho e que, se não for renovado, expira no dia 19 deste mês.

As Nações Unidas andam há semanas a tentar obter a anuência russa para prolongar a vigência do acordo a longo prazo, mas Moscovo já pôs em dúvida a sua continuação, em várias ocasiões.

Guterres disse esta quarta-feira que continua em contacto com todas as partes para alcançar esse objetivo e indicou que a ONU se mantém empenhada em eliminar todos os obstáculos com que continuam a deparar-se as exportações russas de alimentos e fertilizantes, uma das queixas de Moscovo.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que esta quarta-feira entrou no seu 252.º dia, 6.430 civis mortos e 9.865 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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