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Chineses capturados a combater pela Rússia na Ucrânia

Governo ucraniano exige explicações a Pequim e questiona posição da China a favor da paz.

09 de abril de 2025 às 01:30

O presidente Volodymyr Zelensky exigiu esta terça-feira explicações à China depois de dois cidadãos chineses terem sido capturados  pela forças ucranianas quando combatiam ao lado das tropas russas no Leste da Ucrânia, num incidente que poderá colocar em causa a alegada neutralidade de Pequim no conflito.

"Os nossos militares capturaram dois cidadãos chineses que lutavam ao lado do Exército russo. Isto aconteceu em território ucraniano, na região de Donetsk. Temos os documentos de identificação destes prisioneiros de guerra, os seus cartões bancários e dados pessoais", afirmou o chefe de Estado ucraniano, que publicou na rede social X um vídeo que mostra um dos prisioneiros.  "O envolvimento da China e de outros países nesta guerra em território europeu, seja de forma direta ou indireta, é um sinal claro de que Putin não tenciona fazer nada para acabar com esta guerra", denunciou Zelensky.

O líder ucraniano adiantou ainda que as forças ucranianas têm indicações de que há "muitos mais" cidadãos chineses a combater nas fileiras russas mas não esclareceu se são mercenários ou militares chineses no ativo, adiantando apenas ter dado instruções ao seu governo para "pedir explicações" ao governo de Pequim.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, convocou o encarregado de negócios da embaixada chinesa em Kiev para uma reunião urgente. "O facto de haver cidadãos chineses a combater no âmbito da invasão russa da Ucrânia coloca em causa a posição oficial da China de que é a favor da paz e a sua credibilidade enquanto membro responsável do Conselho de Segurança das Nações Unidas", sublinhou.

O governo de Pequim ainda não fez qualquer comentário. Recorde-se que, desde o início da guerra na Ucrânia, a Rússia e a China reiteraram várias vezes a sua "parceria sem limites", mas Pequim sempre garantiu manter uma posição de neutralidade no conflito.

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