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Moscovo propõe resolução direta a credores descontentes

Ministério publicou dois endereços eletrónicos para enviarem reclamações, assegurando que "todas as reclamações serão examinadas".

02 de junho de 2022 às 12:45

A Rússia anunciou esta quinta-feira que está pronta para resolver as reclamações com os credores descontentes de uma emissão de Euro-obrigações Russia-2022, que exigem 1,9 milhões de dólares em juros depois de considerarem que Moscovo entrou em incumprimento.

"O Ministério das Finanças russo informa que está pronto a considerar e, se houver motivos fundamentados, resolver bilateralmente todas as reclamações relativas ao cumprimento integral das obrigações da dívida ao abrigo das Euro-obrigações Rússia-2022", disse o ministério num comunicado.

O ministério publicou dois endereços eletrónicos para onde enviar tais reclamações, assegurando que "todas as reclamações serão examinadas".

As obrigações venceram em 4 de abril, mas o pagamento do capital e dos juros só foi efetuado em 2 de maio.

O Ministério das Finanças russo afirmou hoje que o pagamento aos investidores foi efetuado após a data de vencimento "devido ao desempenho injusto das contrapartes estrangeiras" e às "ações ilegais dos intermediários financeiros estrangeiros" na execução de pagamentos de Moscovo.

O prospeto de emissão estipula que continuarão a acumular-se juros sobre o capital, estimados em cerca de 1,9 milhões de dólares.

No entanto, a Rússia não incluiu no seu pagamento os juros acumulados além de 4 de abril.

Em 11 de maio, os obrigacionistas com um cupão de 4,5% registaram um aviso de incumprimento através da Euroclear, a contraparte das operações de garantia, exigindo o pagamento do montante devido.

Uma vez que as três principais agências de 'rating' internacionais já não classificam a Rússia, cabe a uma organização dos principais bancos internacionais (Credit Derivatives Determinations Committees) avaliar se a Rússia está ou não a faltar a pagamentos aos seus credores.

Em 31 de maio, a Comissão reuniu e votou esmagadoramente "sim" a uma pergunta sobre se a Rússia não cumpriu as suas obrigações.

De acordo com a decisão publicada no seu website, 12 participantes no mercado, incluindo o Bank of America, Barclays, BNP Paribas, Credit Suisse, Goldman Sachs, Deutsche Bank e JPMorgan Chase, consideraram que a Rússia tinha entrado em incumprimento.

Apenas o Citibank votou "não".

A comissão reunirá novamente na próxima segunda-feira para continuar o processo, que poderá determinar o procedimento para a ativação do seguro de incumprimento da dívida (CDS).

No final de maio, a Rússia anunciou que iria pagar a sua dívida externa em rublos, uma vez que já não o podia fazer em dólares devido a sanções, apesar da sua grande liquidez financeira.

A Rússia tem conseguido evitar o incumprimento até agora, mas Moscovo está a ter cada vez mais dificuldade em cumprir as suas obrigações à medida que as sanções ocidentais se tornam mais rigorosas.

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