Reunião de Bali foi a primeira em que Blinken e Lavrov estiveram juntos desde o início da guerra na Ucrânia.
A Rússia acusou esta segunda-feira o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, de "inventar histórias" sobre o isolamento do seu homólogo russo, Serguei Lavrov, na reunião do G20 na Indonésia para "justificar o seu próprio fracasso".
Em resposta a declarações de Blinken sobre o isolamento de Lavrov no G20, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, disse que Blinken tentou pedir aos seus homólogos que isolassem a Rússia.
"Disseram-nos como você pessoalmente pede a todos para 'isolar' a Rússia e todos se riem de si, sabendo que a atual administração [do Presidente Joe Biden] está condenada a um fim inglório", escreveu Zakharova na rede social Telegram, citada pela agência russa TASS.
"A fim de justificar o seu próprio fracasso, está a inventar histórias", disse ainda a porta-voz de Lavrov.
Numa conferência de imprensa após um encontro de cinco horas com o seu homólogo chinês, Wang Yi, na ilha indonésia de Bali, Blinken disse hoje que a Rússia tinha saído isolada da reunião do grupo das 20 maiores economias do mundo.
"Houve um forte consenso e a Rússia ficou isolada", disse o chefe da diplomacia norte-americana.
A reunião de Bali foi a primeira em que Blinken e Lavrov estiveram juntos desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Lavrov saiu da reunião mais cedo no último dia de trabalhos, na sexta-feira, após uma onda de declarações ocidentais a condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia, segundo a agência francesa AFP.
O ministro russo não ouviu, assim, a intervenção por videoconferência do chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, nem as críticas que lhe foram dirigidas pela ministra alemã Annalena Baerbock.
A saída de Lavrov da reunião "sublinha ainda mais claramente que não está interessado na cooperação internacional" dentro do G20, comentou Baerbock.
A reunião ministerial do G20 não resultou em quaisquer decisões concretas, mas constituiu um confronto entre Moscovo e o Ocidente.
Apesar de Moscovo considerar que o Ocidente falhou no boicote à Rússia, os participantes "expressaram a sua profunda preocupação com as consequências humanitárias da guerra" na Ucrânia, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros indonésia, Retno Marsudi, ao encerrar a reunião.
A Indonésia, que procurou manter uma posição neutra como anfitriã do G20, apelou no início da reunião para o fim do conflito, sublinhando as suas graves consequências em todo o mundo.
"É nossa responsabilidade acabar com a guerra o mais depressa possível e resolver as nossas divergências à mesa de negociações, não no campo de batalha", disse Marsudi na presença de Lavrov.
Marsudi lembrou que o efeito da guerra "é sentido em todo o mundo, na alimentação, na energia e nos orçamentos".
"E, como sempre, os países pobres e em desenvolvimento são os mais duramente atingidos", acrescentou.
Na quinta-feira, os ministros dos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) que integram o G20 boicotaram o jantar de boas-vindas, em protesto contra a presença de Lavrov.
À margem do G20, Lavrov reuniu-se com os seus homólogos brasileiro, Carlos Alberto França, e argentino, Santiago Cafiero, dois países cujas economias dependem parcialmente da Rússia e que adotaram uma posição neutra.
Também manteve encontros com os chefes da diplomacia da China, Wang Yi, e da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, além de ter sido recebido pela ministra indonésia.
Além dos países do G7, participam na reunião África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México, Rússia, Turquia e União Europeia.
A invasão da Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
Desde então, os aliados ocidentais têm decretado sucessivos pacotes de sanções contra a Rússia e fornecido armas à Ucrânia para se defender das forças de Moscovo.
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