Republicano admite que não é fácil resolver a guerra da Ucrânia, tanto mais que Putin e Zelensky não gostam um do outro. Mas acredita que a paz está para breve.
“Putin não gosta de Zelensky, não é fácil terminar esta guerra. Eles têm muito rancor e acho que é isso que está a travar um acordo. Temos de nos focar em apagar o ódio e vamos conseguir, vamos fazer um acordo para sempre. Tenho muita esperança.” Esta foi a ideia-chave deixada esta sexta-feira por Donald Trump no encontro que teve na Casa Branca, em Washington, com o seu homólogo ucraniano.
A “esperança” do Presidente dos EUA, que deverá encontrar-se em breve, na Hungria, com o Presidente russo, com quem conversou ao telefone quinta-feira, resulta de uma forte convicção: “Acho que o Presidente Putin quer acabar com a guerra.” E recordou o acordo ‘impossível’ alcançado recentemente no Médio Oriente, entre Israel e o Hamas, para dar consistência ao otimismo com que encara a resolução próxima do conflito. Mesmo admitindo que Putin possa estar a “ganhar tempo” para atingir os seus objetivos no teatro de operações, o Presidente dos EUA não vê nisso um obstáculo para chegar à paz. “Sabe, fui enganado a vida toda pelos melhores deles, e saí-me muito bem.” Zelensky não manifestou o mesmo otimismo de Trump. E a razão é simples.
Para o líder ucraniano, “Putin não está pronto para a paz”, mas acrescentou que não é missão impossível, deixando o futuro nas mãos do republicano. “O Presidente Trump tem uma grande oportunidade de acabar com esta guerra.” E o primeiro passo é chegar a um cessar-fogo, diz o líder ucraniano, uma ideia que tem defendido desde que se colocou a questão da abertura de um processo negocial, que devolva a paz à Europa. Menos clara, na reunião desta sexta-feira entre os dois Presidentes, ficou a questão dos Tomahawk, os mísseis de longo alcance que Zelensky pede à América para atacar infraestruturas em solo russo. A resposta de Donald Trump foi um ‘nim’. “Espero que os Tomahawk possam ficar nos EUA”, disse Donald Trump. “Esperamos acabar a guerra antes de serem precisos Tomahawk”, reforçou. A Rússia já avisou que o fornecimento daqueles mísseis à Ucrânia por parte dos Estados Unidos elevaria a guerra para um patamar muito perigoso.
Antes do encontro com a imprensa, Trump e Zelensky almoçaram juntos. Da entrada constou salada verde de outono com alcachofras estaladiças, funcho ralado e vinagrete de limão; o prato principal foi composto por frango assado na frigideira com salteado de batata-doce, fricassé de ervilhas de vagem, rúcula e aioli de alecrim; seguiu-se a sobremesa, com maçãs McIntosh e chiffon de caramelo com gelado de clementina e molho de amora.
Energia
A vaga de ataques russos a estruturas energéticas ucranianas, levada a cabo nos últimos dias, causou apagões em todo o país. A exemplo do que sucedeu nos últimos três anos de guerra (o conflito começou a 24 de fevereiro de 2022), Moscovo tem intensificado os ataques à rede elétrica sempre que se aproximam os meses de frio intenso. A Rússia alega que o seu objetivo são apenas alvos de valor militar.
Positivo
“A presidente [da Comissão Europeia] Von der Leyen acolhe com agrado quaisquer medidas que conduzam a uma paz justa e duradoura na Ucrânia. Se a reunião servir este propósito, será bem-vinda”, disse esta sexta-feira o porta-voz do executivo comunitário, Olof Gill, a propósito do encontro, previsto para breve, entre Trump e Putin, na Hungria. Esclareceu, ainda, que Putin não está proibido de viajar para a UE.
As armas perfeitas para defender e atacar
Zelensky disse esta sexta-feira que esteve reunido com representantes do fabricante norte-americano dos sistemas de mísseis Tomahawk e Patriot, com quem discutiu “as possíveis vias de cooperação para fortalecer a defesa aérea e as capacidades de longo alcance da Ucrânia, bem como a perspetiva de produção conjunta ucraniana-americana”. Em mensagem escrita na rede social X, o Presidente ucraniano acrescenta que descreveu “as necessidades específicas da Ucrânia para os sistemas de defesa aérea e os seus mísseis compatíveis, bem como para as aeronaves F-16”.
Os Tomahawk são mísseis de cruzeiro, subsónicos, de longo alcance e grande precisão. Podem ser lançados a partir de navios e submarinos contra alvos em terra e no mar. Começaram a ser desenvolvidos nos anos 70 do século passado e usados pela primeira vez em 1991. Têm capacidade para contornar as defesas, tornando-os muito difíceis de abater. Já os Patriot, fundamentais na Guerra do Golfo (1990-1991), são sistemas móveis de defesa antiaérea, de médio alcance, com capacidade para abater mísseis balísticos, mísseis cruzeiro e até drones, embora neste caso seja pouco aconselhável, tal a desproporção de custos.
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