Heróis olímpicos Iúri Leitão e Rui Oliveira aclamados em apoteose no regresso a Portugal

Os ciclistas Iúri Leitão e Rui Oliveira, medalhas de ouro na prova de Madison (ciclismo de pista) nos Jogos Olímpicos de Paris, foram, esta segunda-feira, recebidos em apoteose no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, por centenas de pessoas.

"Foi uma receção perfeita, é muito bom ter este reconhecimento. Penso que esta prestação pode ser um ponto de viragem porque é a maior conquista de sempre no ciclismo português, nunca chegámos tão alto", disse Iúri Leitão, que também ganhou a medalha de prata na prova de Omnium, revelando ter ficado "incrédulo" com a mensagem de felicitações de Cristiano Ronaldo.

Os dois ciclistas fizeram questão de 'clonar' a celebração do capitão da seleção portuguesa quando subiram ao pódio, não faltando o icónico 'siiiiii'.

Já Rui Oliveira sentiu dificuldades para descrever a receção em euforia pelos portugueses que estiveram no aeroporto. "É ao nível de um campeão olímpico, muito bonito ver tantos portugueses a festejar connosco e, claro, a família e os amigos. Foi o culminar do sonho de um atleta, ainda não me cabe na cabeça o que conseguimos fazer em Paris", disse.

Além dos medalhados olímpicos também chegaram outros atletas, entre eles Fernando Pimenta, um dos candidatos na canoagem, que terminou no sexto lugar em K1 1000 metros. "Tenho recebido imensas mensagens, quer de portugueses, quer de colegas de outros países. Isso faz-me sentir melhor. Não me faz sentir bem, mas faz-me sentir melhor.

Ainda estou a digerir este resultado. Já estou a começar a tentar recompor-me, mas ainda vai custar. Quero deixar mais uma sentida homenagem ao nosso presidente José Manuel Constantino, que nos deixou, esta segunda-feira, enquanto estávamos na cerimónia de encerramento. Fico triste por não ter conseguido dar essa medalha ao nosso presidente", concluiu.

Carlos Lopes: ouro foi há 40 anos

Fez ontem 40 anos que Carlos Lopes conquistou a primeira medalha de ouro para Portugal nos Jogos Olímpicos, ao vencer a maratona de Los Angeles em 1984. O campeão português, que já tinha sido prata na prova de 10 mil metros dos Jogos de Montreal, em 1976, completou a emblemática distância de 42 195 metros em 2:09.21 horas (recorde olímpico que durou até Pequim 2008).

O País parou para ver a corrida de Carlos Lopes, que terminou já de madrugada. Eram 3h10 quando cortou a meta. Portugal vibrou com a medalha que foi muito para lá do feito desportivo. Alterou mentalidades ao mostrar que os portugueses podiam ser tão bons como os melhores do Mundo. Um feito histórico.