'Última Ceia' com drag queens revolta cristãos na abertura dos Jogos Olímpicos

"A cerimónia incluiu, infelizmente, cenas de escárnio e de troça ao cristianismo" declarou a Conferência dos Bispos franceses.

27 de julho de 2024 às 20:08
Versão da 'Última Ceia' apresentada na abertura dos Jogos Olímpicos Foto: DR
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Um "exagero", uma "provocação" e uma "ode à cultura 'woke'". É desta forma encarada pela comunidade cristã a versão da 'Última Ceia' apresentada na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos Paris2024. A paródia suscitou polémica e revolta, por recrear a obra de Leonardo Da Vinci, colocando drag queens, uma mulher transgénero e um homem nu no lugar onde surgiria Jesus a partilhar uma refeição com os 12 apóstolos. 

 "Esta cerimónia incluiu, infelizmente, cenas de escárnio e de troça ao cristianismo, que lamentamos profundamente", declarou a Conferência dos Bispos franceses em comunicado, citado pela Reuters. 

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Para além da Igreja católica, algumas figuras públicas e políticos de extrema-direita criticaram a paródia. 

"A todos os cristãos do mundo que estão a assistir à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos Paris2024 e que se sentiram insultados por esta paródia 'drag queen' da 'Última Ceia', saibam que não é a França que está a falar, mas sim uma minoria de esquerda pronta para qualquer provocação", afirmou Marion Marechal, política de extrema-direita, num post no X (anterior Twitter).

"Teriam gozado com qualquer outra religião desta forma? Decisão terrível", escreveu o jornalista Piers Morgan. 

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De acordo com a organização dos Jogos Olímpicos, o espetáculo teve por objetivo sensibilizar a audiência "para o absurdo da violência entre os seres humanos" e promover a inclusão da comunidade LGBTQI+. 

Thomas Jolly, o diretor criativo da cerimónia de abertura, pronunciou-se sobre a situação após a onda de críticas, tendo negado qualquer intenção em provocar.

 "Não há qualquer desejo de subversão ou de choque, mas sim de dizer que somos este grande Nós com as ideias republicanas de inclusão, generosidade e solidariedade de que tanto precisamos. Aqui, a criação artística é livre, e temos a sorte de o ter. Não há qualquer desejo de transmitir mensagens militantes, apenas republicanas: em França, temos o direito de nos amarmos uns aos outros como quisermos, em França temos o direito de acreditar ou não acreditar.", disse, citado pelo jornal Le Parisien. 

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