O Boston Globe, jornal que denunciou os abusos sexuais da Igreja norte-americana, foi um dos meios de comunicação a destacar o encontro.
Os casos de abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa são a questão mais destacada pelos jornais internacionais sobre deslocação do Papa Francisco a Lisboa no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Nos Estados Unidos, o portal do Boston Globe - o jornal que denunciou os abusos sexuais da Igreja norte-americana - titula que o "Papa se encontrou com vítimas de abusos sexuais", em Lisboa na quarta-feira.
Na edição desta quinta-feira, a notícia do Boston Globe lembra que o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa prometeu num discurso a Francisco dedicar "especial atenção à proteção do bem-estar das crianças e ao compromisso de as proteger de todos os tipos de abuso".
Com informações da agência norte-americana Associated Press, o Boston Globe refere que a Igreja Católica portuguesa prometeu, em março, construir um memorial às vítimas dos abusos sexuais que seria inaugurado durante a JMJ, mas que a ideia foi abandonada.
"Aqueles que defendem as vítimas lançaram uma campanha (na quarta-feira) afirmando 'Este é o nosso memorial'. Horas antes da chegada do Papa, colocaram cartazes no centro de Lisboa com a inscrição 'Mais de 4.800 crianças abusadas pela Igreja Católica em Portugal'", noticia o jornal.
Na mesma linha, o portal do jornal Washington Post, nos Estados Unidos, titula que o Papa se encontrou com as vítimas e dedica todo o artigo ao caso de abusos sexuais que envolvem membros da Igreja Católica em Portugal.
Da mesma forma, o jornal USA Today, um dos dois jornais de âmbito nacional dos Estados Unidos a par com o Wall Street Journal, notícia na secção Internacional que o Papa Francisco encontrou-se em Lisboa com "13 sobreviventes de abusos sexuais".
Pelo contrário, o jornal LA Times (Califórnia), dedica o artigo às "reformas" pretendidas por Francisco e que devem ser levadas a cabo "pela nova geração".
"Francisco, de 86 anos, está a iniciar uma segunda metade do ano frenética com a visita a Portugal. Parece ter consciência de que dispõe de um tempo limitado para solidificar as mudanças que considera necessárias para a Igreja do século XXI e está a contar com a próxima geração de fiéis e líderes para as executar", escreve o Los Angeles Times num artigo acompanhado de uma fotografia das Jornadas Mundiais da Juventude em 2013, no Brasil.
No Brasil, o portal do jornal Folha de São Paulo escreve que o Papa defendeu que a Igreja Católica "precisa de 'purificação' após escândalos de abuso sexual".
"Francisco faz menção indireta a milhares de denúncias em discurso durante Jornada Mundial da Juventude em Lisboa", titula, por outro lado, o portal do Globo, no Brasil.
Em França, a edição digital do jornal Le Parisien escreve que o Papa Francisco recebeu na Nunciatura Apostólica "um grupo de 13 vítimas de abusos por parte de membros do clero".
"O encontro decorreu num clima de intensa escuta e durou mais de uma hora, declarou a Santa Sé num breve comunicado", escreve o Le Parisien.
O portal do Le Figaro, em França, publica declarações de Francisco durante a viagem de avião.
"Um Papa feliz mas cansado. Francisco, 86 anos, chegou a Lisboa na quarta-feira para a Jornada Mundial da Juventude. No avião, confidenciou que vai regressar 'rejuvenescido' deste encontro com um milhão de jovens esperados em Portugal até domingo", escreve o Le Figaro.
Na imprensa espanhola, o enviado do jornal ABC escreve na edição desta quinta-feira que o Papa mencionou a "crise dos abusos, no primeiro discurso em Portugal".
A correspondente do jornal El Pais noticia as declarações do Papa sobre a Guerra na Ucrânia e a Europa acrescentando que Francisco "aprofunda em Lisboa o discurso contra a desigualdade e os mercados que produzem riqueza sem que seja distribuída".
O portal do jornal La Vanguardia titula que o Papa lamenta que a Europa não ofereça "caminhos criativos" para acabar com a guerra na Ucrânia.
A edição digital do italiano La Stampa noticia que na noite de quarta-feira, "no final dos encontros institucionais, Francisco recebeu na Nunciatura um grupo de 13 pessoas, vítimas de abusos por parte de membros do clero", acompanhadas por alguns representantes das instituições da Igreja portuguesa responsáveis pela proteção de menores.
"'O encontro', informou o Vaticano, 'decorreu num clima de intensa escuta e durou mais de uma hora, terminando pouco depois das 20h15'", escreve o jornal italiano.
Na edição eletrónica do Corriere Della Sera, o repórter enviado a Portugal destaca a referência que o Papa fez a José Saramago, durante o discurso de quarta-feira, em Lisboa, recordando as relações do escritor português com os católicos.
"Saramago dizia-se ateu, mas, enquanto escrevia, tinha ao seu lado uma escultura de madeira de Cristo deposto, como ícone de todo o sofrimento sem sentido e injusto dos homens. Quando morreu, em 2010, o (jornal) L'Osservatore Romano dedicou-lhe uma recordação rancorosa, chegando mesmo a descrevê-lo como 'um homem e um intelectual sem admissão metafísica, cravado até ao fim na sua fé obstinada no materialismo histórico: vulgo marxismo'", escreve o jornalista do Corriere Della Sera.
O portal L'Osservatore Romano, dedica quatro páginas à chegada do Papa Francisco a Lisboa.
Na primeira página está publicada uma fotografia do Papa junto ao avião no aeroporto de Figo Maduro, recebido pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
"Peregrinação de Esperança. Lisboa Cidade de Encontros", titula o jornal do Vaticano.
No britânico Independent há apenas uma breve referência à chegada do Papa a Portugal.
"O evento (JMJ) foi criado pelo Papa João Paulo para jovens católicos. Realiza-se a cada dois ou três anos numa cidade diferente e é frequentemente apontado como o 'Woodstock católico'", explica o Independent.
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