Morreu Naná Vasconcelos
Percussionista brasileiro era mestre do berimbau.
Aos 71 anos, o percussionista Naná Vasconcelos perdeu a batalha conta o cancro do pulmão, que combatia desde o ano passado. Nascido em Recife, Pernambuco, começou cedo a interessar-se por todo o tipo de instrumentos de percussão. Mas seria o berimbau, instrumento que os escravos brasileiro levaram para o Brasil, que se tornaria a sua grande paixão.
Juvenal de Holanda Vasconcelos, mudou-se para o Rio de Janeiro no início dos anos 60, onde começou a tocar com Milton Nascimento. Integrou depois a banda do saxofonista argentino Gato Barbieri, com quem viajou para a Europa, tendo tocado no famoso festival de jazz de Montreux. Foi em Paris, onde viveu durante vários anos, que editou o seu primeiro disco, ‘Africadeus’, de 1971.
Regressado ao Brasil, lançou o segundo disco, 'Amazonas', em 1972 e encetou uma parceria com o pianista e compositor Egberto Gismonti que durou oito anos. A sua carreira foi marcada por colaborações com artistas de todas as latitudes, tendo trabalhado, por exemplo com B.B. King ou os Talking Heads. No Brasil, colaborou com Milton Nascimento, Caetano Veloso, Marisa Monte, entre muitos outros.
Autor de 24 álbuns, venceu oito prémios Grammy e foi considerado em outras oito ocasiões pela revista ‘Down Beat’ como o melhor percussionista do mundo.
Naná Vasconcelos esteve em Portugal várias vezes. Em 2008, particpou no Festival 'Portugal a Rufar', no Seixal (ver vídeo abaixo).
O artista deu o último concerto a 29 de fevereiro, em São Salvador, pouco depois de uma outra atuação com a portuguesa Sara Tavares no Carnaval de Recife. A mulher, Patrícia Vasconcelos, que era também a sua produtora, pediu no último fim-de-semana que os fãs orassem por Naná.
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