Resistente antifascista, escritora, professora e artista. Militante do PCP, trabalhou com Álvaro Cunhal na União Soviética, onde esteve exilada até 1974.
A resistente antifascista Margarida Tengarrinha morreu ontem, aos 95 anos, no Hospital de Faro, onde estava internada. Artista, escritora, política e professora, nasceu em Portimão no seio de uma família da pequena burguesia - o pai era diretor da agência do Banco de Portugal na cidade. Começou a carreira política no Movimento de Unidade Democrática (MUD) - organização fundada em 1945, que lutava contra o regime fascista que vigorava em Portugal - quando trocou o Algarve por Lisboa para frequentar a Escola Superior de Belas-Artes (ESBAL). Em 1952, participou numa manifestação contra NATO, que nesse ano fazia uma cimeira, em Lisboa. Foi expulsa da ESBAL, ficou proibida de frequentar todas as faculdades do País e de dar aulas na Escola Preparatória Paula Vicente. Nessa altura, foi ajudada por outra resistente antifascista, Maria Lamas - deu-lhe trabalho na revista ‘Modas & Bordados’, onde escreveu sob pseudónimo. Militante do PCP, passou à clandestinidade em 1955 - teve um papel de relevo na falsificação de documentos - com o seu companheiro, o artista plástico José Dias Coelho, que foi assassinado a tiro pela PIDE, em dezembro de 1961. Esteve na União Soviética, onde trabalhou com Álvaro Cunhal. Regressou a Portugal após o 25 de Abril de 1974. Foi deputada entre 1979 e 1983.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.