Parasitas digitais
Redações olharam as edições digitais como uma espécie de excentricidade mantida por uns visionários tecnológicos.
Primeiro, as redações olharam as edições digitais como uma espécie de excentricidade mantida por uns visionários tecnológicos. O fenómeno cresceu e a moda atraiu anunciantes pensando-se que a publicidade sustentaria não só o crescimento digital como compensaria a queda da receita tradicional. Depois veio o iPhone e começamos a andar com as notícias no bolso. O Google ia deixando de ser apenas um pesquisador e nasceu o Facebook. Ambos canibalizam conteúdos e a reboque do tráfego que eles geram arrecadam milhões em publicidade partilhando com os detentores dos direitos apenas tostões. No meio deste ecossistema nasceu em Portugal um novo fenómeno: O parasitismo digital.
A definição é ampla e vai da apropriação pura de conteúdos que não se produz, vendendo-os como que se de notícias ao minuto suas se tratassem, até ao vampiresco uso integral de notícias, travestido de direito de citação. É um pecadilho que atrai projetos sólidos e outros de sustentabilidade duvidosa que, pasme-se, dependem uns e outros, de subscrições para garantir a saúde financeira.
A manter-se esta lei da selva que, pelos vistos, não preocupa nem o Governo, nem o bizarro regulador e muito menos o alienado Sindicato de Jornalistas, o crescimento da receita da imprensa digital por meio da subscrição está condicionada. E assim sendo o combate ao parasitismo digital só tem um caminho. O da independência, isenção e inovação. Porque, no final, também nesta plataforma, só sobrevirão os melhores.
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