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Cinema: Monopólios da distribuição são a principal ameaça

Realizador Tiago Guedes diz que plataformas como a Netflix podem trazer mais oportunidades para quem quer mostrar a sua arte

19 de março de 2020 às 01:30

Em 2018, Martin Scorsese mostrava-se preocupado com o futuro do cinema e com o facto de, hoje em dia, tudo se ter convertido em ‘conteúdos’. E é aí que começa a verdadeira luta. "A luta pelo espírito. Os artistas devem usar a tecnologia em vez de serem usados por ela", disse. Um ano depois, juntou-se à Netflix para realizar ‘O Irlandês’, apenas disponível na plataforma. Mas se muitos apontam o ‘streaming’ como a principal ameaça para o futuro do cinema, Tiago Guedes, realizador de ‘A Herdade’, filme que esteve nomeado ao Leão de Ouro em Veneza, tem uma opinião diferente.

"Nenhuma plataforma de streaming poderá acabar com o cinema", afirma. "Penso que os estragos já aconteceram há algum tempo. A evolução tecnológica mudou profundamente a maneira de vermos cinema e outros conteúdos, agora vê-se em toda a espécie de periféricos. Não culpo as plataformas, que foram atrás das pessoas, da falta de tempo, do comodismo, da necessidade de rapidez. Acho que se as coisas forem bem pensadas tudo não passa de mais oportunidades para os filmes poderem ser vistos", acrescenta o cineasta, também conhecido por obras como ‘Tristeza e Alegria na Vida das Girafas’ ou ‘Coisa Ruim’, para quem as grandes ameaças são "a cada vez maior incapacidade e dificuldade das pessoas pararem e deslocarem-se até uma sala de cinema e os monopólios da distribuição que impedem a pluralidade".

E apesar do cinema ser uma arte em constante evolução, Tiago Guedes não se mostra preocupado com novas tecnologias. "No fundo não passam de ferramentas à disposição daqueles que criam. Todas essas inovações precisam (por enquanto) de alguém a pensá-las antes, e de alguém que as saiba utilizar, logo dependem de quem cria", explica.

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