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O ano que nunca se livrou de uma manchete do ‘CM’

O ano que agora chega ao fim nunca conseguiu ultrapassar as implicações da manchete do ‘CM’ sobre a indemnização de meio milhão de euros recebida pela secretária de Estado Alexandra Reis quando saiu da TAP.

31 de dezembro de 2023 às 09:18

A verdadeira história de 2023 começou uns dias antes, a 24 de dezembro, quando o ‘Correio da Manhã’ publicou a notícia de que a secretária de Estado Alexandra Reis tinha recebido uma indemnização da TAP de meio milhão de euros. O ano que agora termina nunca se conseguiu livrar das implicações dessa manchete do ‘CM’.

Por esses dias, António Costa tinha dado uma entrevista à ‘Visão’, em que contrapôs às dificuldades que a maioria absoluta já enfrentava a garantia de que o Governo ia durar 4 anos. "Habituem-se", foi a expressão que usou, levemente premonitória, levemente provocadora. Menos de 11 meses volvidos, ainda novembro mal tinha começado, e já o País dava uma reviravolta política. A demissão do primeiro-ministro, com a consequente dissolução do Parlamento e marcação de eleições antecipadas para 10 de março – eis o inquestionável facto nacional do ano, escolhido pela redação do ‘CM’ e da CMTV.

Este vendaval político podia muito bem ter determinado, também, a eleição da figura nacional do ano. Entre vencedores e vencidos, vários protagonistas se destacaram pelo papel que desempenharam na crise política, ou que passaram a desempenhar, como o novo secretário-geral do PS, entretanto eleito pelo partido. Porém, a escolha recaiu sobre o cardeal Américo Aguiar, novo bispo de Setúbal, que fez da Jornada Mundial da Juventude, realizada em agosto, um sucesso, acima, até, das expectativas. Trata-se de um êxito relevante, porque ocorreu numa altura em que a Igreja Católica ainda enfrenta, com dor e sofrimento, o escândalo dos abusos sexuais, que constituiu, convém recordar, o facto nacional do ano anterior, 2022, de acordo com a escolha da redação ‘CM’/CMTV, e que continuará, infelizmente, a marcar a vida daquela instituição.

A intensidade noticiosa sobre a vida nacional levou o País a baixar a guarda sobre o mundo que nos rodeia. Porém, esse é um erro que devemos contrariar, porque há novos conflitos graves, como aquele que ainda decorre em Gaza, e a guerra na Ucrânia continua mais um ano sem fim à vista, prolongando o sofrimento atroz de um povo, e alterando, lenta mas decisivamente, os eixos sobre os quais gira a civilização. Precisamente o conflito entre Israel e o Hamas, e Volodymyr Zelensky, que chega ao fim de 2023 muito mais isolado, foram as escolhas da redação para facto e figura internacional do ano.

2023 foi também um ano decisivo para o nosso ‘Correio da Manhã’. A propriedade da empresa que edita este projeto jornalístico de língua portuguesa mudou, entregue, entre outros, a uma sociedade composta por alguns dos quadros desta casa, entre os quais me encontro, o que recupera uma tradição iniciada pelo fundador e primeiro diretor do ‘CM’, Vítor Direito, um homem que se manteve jornalista durante todo o tempo em que foi proprietário do jornal. A nossa garantia perene é a nossa razão de ser: continuaremos a fazer o jornalismo livre e independente a que habituámos todos os consumidores de informação com a marca ‘CM’ nas mais diversas plataformas. É dessa forma que continuaremos a navegar neste mundo agitado.

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