Páginas do Facebook ‘Humans of’ dão a conhecer os habitantes das cidades do Mundo.
Em Lisboa há o rio Tejo, o Castelo de São Jorge ou o Mosteiro dos Jerónimos. No Porto, o rio Douro, a Ponte D. Luís e a Torre dos Clérigos. Todos estes pontos caracterizam as cidades nos roteiros turísticos mas quem as faz ter vida, são as pessoas.
O senhor das castanhas, as crianças no parque ou simplesmente aquela pessoa que todos os dias passa na mesma rua, à mesma hora, para ir trabalhar. É através delas que as páginas do Facebook ‘Humans of’ pretendem mostrar as cidades do mundo. Porque sem pessoas, o que seria feito das cidades?
"Em vez de mostrar a beleza arquitetónica, apresentamos as pessoas que compõem a cidade e que lhe dão vida. Nada melhor do que conhecer a cidade através de quem a experiencia." É desta forma que as responsáveis pela página 'Humans of Porto' caracterizam o projeto. Este grupo de quatro jovens – Catarina Costa, Daniela Espírito Santos, Alice Barcellos e Lúcia Sousa – é inteiramente portuense, embora tenha contado com a ajuda temporária de uma aluna de Erasmus, vinda da Estónia.
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Em Paris, a história repete-se, mas agora sob a responsabilidade de Eytan, Marco e Samuel. "Através das histórias, descobrimos que o quotidiano dos parisienses não é realmente aquilo que os meios de comunicação social dizem. Com este projecto, mostramos um outro lado da Cidade das Luzes", explicaram os rapazes da pagina 'Humans of Paris'
E se o mundo descobre aquilo que as fotografias captam, os fotógrafos aprendem com as histórias que ouvem. "Pode ser muito motivador para nós, especialmente por sermos jovens. Mas isso não significa que todas as entrevistas sejam motivadoras", explica Gubse Tokgöz, responsável pela página de Istambul, na Turquia, juntamanete com Umut Köksal. "Há sempre algo para aprender com as pessoas", acrescenta.
Vergonha em frente à câmara
Vergonha em frente à câmaraMas conseguir uma boa história nem sempre é fácil. Apesar dos milhares de fãs que estas páginas têm no Facebook, muitas pessoas não conhecem a ideia e não querem deixar-se fotografar por um estranho. "Não é bem visto em Espanha pedir a uma pessoa para lhe tirar uma fotografia, por isso 20% delas dizem não quando lhes pedimos", conta Irene Sánchez Prieto, a responsável pela página 'Humans of Madrid'. Essa dificuldade é sentida em todo o mundo. Marco, da página parisiense, explica que, antes de fotografar, o seu papel é "começar uma conversa interessante porque toda a gente, se procurarmos, é interessante".
Sobre os portugueses, João Sá Leão, o fundador da página alfacinha, tem uma opinião vincada. "O português é muito reservado, não se abre facilmente e mostra-se desconfiado. Acontece muitas vezes deixarem-se fotografar, mas nem o nome me querem dizer."
O fotógrafo explica que, numa vez, para retratar três senhoras, teve a sorte de estar acompanhado pelo filho, o que ajudou a quebrar a desconfiança. "Fui seriamente avisado de que a filha de uma delas iria averiguar a veracidade, o que de facto aconteceu. Dias mais tarde recebo um email da filha a dizer que a mãe lhe tinha solicitado a verificação. E que gostaram muito da foto!", conta o responsável pelo 'Humans of Lisbon'
Uma carta de amor à cidade
E se nestes casos são maioritariamente locais quem retrata as cidades, no outro lado do mundo há uma cidade que é espelhada por uma fotógrafa estrangeira. Vinda da Europa, esta mulher, que quis manter o anonimato, criou a página 'Humans of Tokyo' como um desafio a si mesma. "É a minha carta de amor à cidade que amo. Espero que honre todas as pessoas que fazem a cidade funcionar", explicou.
"A primeira palavra japonesa que aprendi foi sashin – que significa fotografia –, para poder pedir às pessoas permissão para as fotografar", conta a fotógrafa que revela que o projeto a tornou mais corajosa e "consciente do mundo".
Como tudo começou (e alastrou)
Com mais de 12 milhões de seguidores no Facebook, a página 'Humans of New York' inspirou fotógrafos e fãs de todo o mundo a fazerem o mesmo pela sua cidade. Hoje são centenas as páginas, com maior ou menor alcance, que retratam as cidades através de rostos.
Em apenas 15 minutos, uma publicação do 'Humans of New York' alcança dezenas de milhares de pessoas
Em alguns casos, são aceites fotografias de qualquer pessoa que queira participar, como é o caso das páginas de Istambul e de Lisboa. "A principal diferença é aceitarmos colaboradores", afirma João Sá Leão. "O projeto deveria ser alimentado todos os dias, o que no caso do 'Humans of Lisboa' não é de todo possível… Nem com colaboradores!", acrescenta.
E para quem acredita na rivalidade entre Lisboa e o Porto, esta não acontece aqui. "A Página dos 'Humans of Porto', a meu ver, é uma das melhores. Têm três pessoas a trabalhar diariamente na página: uma videógrafa, uma jornalista e uma fotógrafa… Perfeito!", afirma ainda João.
Mais do que fotografias
O fotógrafo da página ficou tão perplexo com o jovem que quis conhecer esta mulher e aí percebeu as dificuldades que existem numa escola de uma das zonas mais problemáticas da cidade. Stanton acabou por se envolver na comunidade e criou uma angariação de fundos para levar alunos numa visita à Universidade de Harvard. Com esta iniciativa, o fotógrafo quis mostrar aos jovens que os seus horizontes podem ser maiores do que aquilo que pensam.
Em 45 minutos, a campanha angariou 100 mil dólares e Vidal, para além da oportunidade de ter conhecido o presidente dos Estados Unidos, vai ser o primeiro da sua escola a visitar uma das melhores universidades do país.
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