Prosa: Pedras no caminho, e quem as lá põe
Não uma criação minha, mas parte de mim mesma.
Não uma criação minha, mas parte de mim mesma. Cruzo-me com elas diariamente, quando menos preciso de o fazer, mas cada momento é escasso. São a parte negra da minha própria existência, sobras da mente. Todos fazemos por contorná-las, evitá-las, mas ninguém realmente as consegue dissipar do real.
Por vezes, elas nem lá estão, e apenas surgem na nossa frente porque as evocamos. A maldade e a inocência humanas estão intimamente ligadas, como se necessitassem mutuamente uma da outra para persistir.
Não são uma criação minha, mas condicionam a minha vida.
Flutuam nas vísceras da minha raiva, dos meus medos, da minha insegurança e das minhas frustrações. E é igualmente através destas que conseguem vir ao de cima.
São a base para o fundo da ravina, e também para o sucesso pleno. Cópula de mim comigo mesma, já dizia o outro, réstia daquilo que nunca houve, conjugação de vários mundos.
Nada temo, ante outrora. No dia em que uma delas conseguir picar-me verdadeiramente e deixar marca, qual melga noturna, será altura de passar o creme e deixar atuar.
Quanto às melgas, bem... essas, deixo ao encargo da primeira aranha justiceira que surgir.
Texto enviado pela participante Sara Isabel de Barros Baptista, 24 anos, do Cartaxo.
Votação fechada. Vê os resultados na fanzine publicada com o Correio da Manhã de dia 30 de abril. Entretanto, recordamos que o concurso é mensal e contamos com os teus trabalhos (vê aqui o
Votação fechada. Vê os resultados na fanzine publicada com o Correio da Manhã de dia 30 de abril. Entretanto, recordamos que o concurso é mensal e contamos com os teus trabalhos (vê aqui o regulamento).
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