Prosa: O espelho de mim

E aqui estava eu, um simples aluno de Filosofia Contemporânea, sem saber que caminho escolher para poder chegar a casa.

28 de abril de 2015 às 17:00
geração arte, prosa
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E aqui estava eu, um simples aluno de Filosofia Contemporânea, sem saber que caminho escolher para poder chegar a casa, mesmo sabendo as minhas alternativas, infinitas, não reconheço o poder delas me conduzirem até lá. Tal e qual como o problema mais grave discutido em sala de aula, o caminho para o conhecimento da verdade absoluta. É um absurdo e especialmente ridículo para alguém como eu que me mato nas escolhas que tomo para poder chegar onde quero mesmo não conhecendo a realidade.

3015 é a minha realidade, e percebo que em termos de evolução do pensamento, a lugar algum chegamos. Continuamos no ir, porém, não vamos. Nem mais perto chegamos. E então eu, afogado nas profundezas da minha mente e no meio da capital portuguesa me questiono "Qual é a minha pedra?".

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- A nossa realidade. – responde alguém.

Não estava à espera de tal resposta, nem sequer que alguém me respondesse… Mas quem?

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Olhei para trás e não vi ninguém no que os meus olhos pudessem alcançar, fechados.

Acabei mais tarde por perceber que ficar ali, questionando-me por tudo e por nada, de nada iria ajudar e meti-me rapidamente em movimento. Com um objectivo mas com uma pedra na mão, que me impedia de lá chegar independentemente do caminho que, por livre-arbítrio, escolhia seguir.

Entretanto, acordei.

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Levantei-me, confuso com todo o meu inconsciente, que até ao momento me vendava a vista e decidi ir lavar os dentes.

Rotina automática.

Olhei-me no espelho da casa de banho e aí percebi. Percebi tudo aquilo que não me cabia a mim perceber.

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O que estava à minha frente não me deixava ver para lá de mim, para lá da minha realidade. Esfreguei os olhos e a minha realidade não desaparecia, pois é minha e de mais ninguém é.

Realmente, essa era a pedra que carregava, aquela que levo comigo para onde quer que seja que vá, pois não pertence a mais ninguém. E o conhecimento nunca irei alcançar enquanto me possuir a mim próprio.

Ela tinha razão.

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A minha mente tinha razão.

Texto enviado pela participante Alexandra Chaves, 18 anos, de Loures.

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